Prof. José Cícero |
Temos uma necessidade imensa de cronologia. Tudo o que
fazemos ou deixamos de fazer tem, inexoravelmente, um caráter cronológico e
temporal.
Somos por isso mesmo, afeitos ao tempo por uma
necessidade quase visceral de sobrevivência. Quem sabe a pressa de viver, assim
como o medo do envelhecimento e da morte tem nos transformados ao longo da
história humana em verdadeiros reféns do tempo. Razão desta vontade quase incontrolável de medir os nossos dias. De
forma que a cronologia invadiu de vez as nossas vidas. O tempo é por isso mesmo,
a nossa grande bitola existencial, cuja insígnia carregamos no corpo e no
semblante diante dos espelhos que não mentem diante de nós.
De maneira que há muito estamos condenados a esta
masmorra temporal que a todos condena pelos anos adentro. O tempo é, portanto,
o senhor de tudo que nasce, vive, envelhece e morre. Nada em absoluto está
livre dele. O tempo como o tacão do Cosmos a nos perseguir onde quer que
estejamos como um cão danado.
Somos seus escravos e a ele devemos os mais altos soldos
de cumplicidade, sobrevivência e longevidade. Contudo, ao contrário do que
imaginamos, não foi o tempo quem nos criou enquanto seres finitos e racionais,
mas sim o contrário. Nós é que, um dia, por absoluta falta do que fazer, o
criamos na ânsia de querer dominá-lo e assim nos tornarmos eternos e imortais. Inventamos,
a partir daí, num primeiro momento, os relógios de sol, de areia, os
calendários... Jogamos dentro destes medidores do infortúnio humano as nossas
emoções e sentimentos; assim como a nossa própria alma. Como ainda, as nossas
preocupações mais intensas e importantes.
De tal maneira que desde então, não podemos viver sem
esta contagem cronológica e temporal desde monstro que desde então, segue
cronometrando nossos dias. O tempo agora é um verdadeiro fantasma em nossas
vidas cotidianas ao passo que sempre aponta o caminho do fim.
Como se percebe, criamos o tempo não por necessidade
funcional, mas por capricho. Quem sabe como pretexto para blefar de Deus. Em
seguida, tornamo-nos os seus escravos.
Entretanto, é preciso dizer que o tempo não existe por si
mesmo. De sorte, que precisa necessariamente de nós para se corporificar
enquanto conceito existencial cotidiano. O tempo não passa de uma abstração
absurda a precisar da nossa presença para se tornar de algum modo útil no mundo
material.
O tempo é de fato, um fantasma horrendo e sem sentimento
a nos perseguir onde quer que estejamos. Onisciente ele é também passado, presente e futuro.
O tempo que se processa, além de nós. Que é dominação e,
às vezes também liberdade. Que se estende e se retrai brincando de fantoche com
todos nós. O tempo que, finalmente carregamos expresso no rosto em rugas e nos
cabelos brancos como marcas indeléveis de uma vida dura em seus percalços.
Por fim, como carrasco quase invencível de todos os seres
vivos, venceremos o tempo quando não nos preocupamos muito com ele. E, como
tudo que nasce é pra morrer. Um dia o tempo haverá também de ter um fim assim
como tudo que é material no mundo.
Enquanto isso temos que nos contentar pelo menos com os
momentos felizes que aproveitamos. Posto que isso é toda felicidade possível
que existe. E que tenhamos a capacidade de fazer da vida um momento eterno. Que a vida seja longa e todo sofrimento seja
breve...
Salve, salve 2013!
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Prof. José Cícero
Secretário de Cultura e Esporte
Aurora – CE.
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