quinta-feira, 28 de abril de 2011

História do Cangaço em AURORA

Por José Cícero
Grupo de Jagunços do Cel. Izaías Arruda - Em Ingazeiras(1927). Abaixo José Cícero na Cruz do sítio Catingueira em cujo local Massilon assassinou o guia Zé Alves em 1927.

1- Cel. Izaías Arruda. 2 - Massilon Leite.
Cangaceiro Massilon, Lampião e Sabino.

Os 84 anos da passagem de Lampião por Aurora

IPUEIRAS: A Trama de Mossoró:

...Massilon chega a Aurora para o grande encontro. Aguardaria Lampião, Sabino e o coronel Izaías.

De repente no esquisito daquela caatinga enbrabecida, rompeu um grito seco e abafado cheio de terror e medo como um rosnado de bicho quebrando o silêncio sagrado daquele ambiente. Chão de brasa. Sol a pino cozinhando os miolos e o juízo dos valentes sertanejos em seu eito diário.

Pouco depois som de besouros apenas... E um cancão ligeiro em ziguezague cruzara o caminho como que também desorientado estivesse. Logo em seguida, um gemido extremo de moribundo, atravessou os ares escaldantes daquele fim de mundo. Grotões imensos de pedras, costurados por um gracioso emaranhado natural de espinhos. Touceiras enormes de cactáceas. Como se fossem elas, sentinelas da terra que os homens sertanejos insistem tanto em dominá-la há séculos pela vida adentro.Um pequeno lapso de tempo. Um quarto de hora mais ou menos. Seguido de um novo grito. Possivelmente o derradeiro.

Um som ribombeou por todos os lados como um tiro de espigarda a se precipitar entre os rochedos repletos de macambiras, coroa-de-frade, rabo de raposa, mandacarus e xiquexiques. Tudo aquilo estava carregado de estranhamento. Podia-se a partir daquele crucial instante, ouvir nitidamente as pisadas fortes, como a galope de muitos cavalos, entre os arvoredos quebrando os garranchos secos daquele ambiente semi-árido. Os cascos dos animais tiniam como ferro sobre as pedras soltas e os lajedos imensos. Supersticiosos decerto diriam se tratar de caipora em seus desmandos dentro da mata caririense.

Mas, logo ficariam sabendo que estavam errados. Caipora mesmo naquela Aurora dos anos 20 era a vida que se levava naquele sertão adusto perdido e desprezado a se derramar numa sequidão sofrível. Bem ao contrário do rio Salgado, léguas distantes escorrendo tranquilamente na vastidão do vale como uma jararaca gigante e preguiçosa quase cochilando. Aquele sertão era isso: um literal inferno de tanta precisão, perigos e outras contrariedades. Aqui acolá, também o bizarro insistia em compor aquele panorama cheio de segredo, mandinga, misticismo e outros mistérios. Lugar onde o gênero humano, tinha por certa condição atávica, a ligeira necessidade de também ser bicho na busca incessante de também sobreviver a desdita, o sofrimento e as injustiças.

Eis o sertão. Uma extensão do mundo tetricamente abandonado pelos poderosos aliados do poder central. O sertão era uma ficção posta no mapa simplesmente para fechar uma laguna espacial e geográfica. Do outro lado, o fértil vale que descambava para o pé da serra tinha lá seus donos e seus negócios enigmáticos. Coronéis indolentes do latifúndio. Velhacoutos de diversos grupos de jagunços e bandoleiros sanguinolentos. Bandidos de toda espécie. Criminosos da pior índole. Péssimas criaturas, cuja definição de gente e de cristão era no mínimo uma afirmação temerária.

Naquele dia quase sonolento de uma sexta-feira a caatinga seca quebrara seu silêncio característico. Momento em que o imponderável da vida parecia se aninhar nas mãos calejadas dos homens sertanejos. Tanto que ali mesmo naquele exato instante, se tornou possível ouvir muitas vozes onde até pouco, a solidão reinava pelos quatro cantos. Os cangaceiros mais uma vez se perderam nas traiçoeiras bibocas do mar do sertão que eles pouco ou quase nada conheciam pelas redondezas.

Eram jagunços perigosos... Rasgando o oco do mundo. Demônios terrenos em carne e osso. Talvez por isso os bichos da mata também estivessem em pavorosa correria. Mas por sorte, os bandoleiros atingiram o caminho certo. Mas sem antes, friamente assassinarem mais um cristão inocente. Um pobre guia: Seria Zé Alves, o jovem leiteiro do Jatobá, sangrado barbaramente nos rincões inóspitos da Catingueira? Não. Este crime ficaria para quase um mês depois. Quando Massilon se separaria de Lampião, não no riacho do sangue na fazenda Letrado como disseram. Mas de fato, no entroncamento dos sítios Brandão e Gerimum da Aurora. Covardia a qual os seus parentes da família Arara, jamais esqueceria...

Seria o proprietário do sítio Caboclo, vitimado por ter se negado a doar um boi para o banquete dos criminosos? Não. Este havia sido muito antes pela jagunçada dali mesmo, da Ipueiras e Missão Velha. Para aquela alma em seu martírio ainda agora existe um grande cruzeiro de Penitentes no local exato onde a vítima foi assassinada.

Seria o velho Catita que quando novo havia experimentado igualmente a vida de jagunço, mas se arrependera? Talvez, demasiado tarde. Lá pras bandas da Malhada Vermelha... Mata fechada onde nenhum caminho por lá passava. Mais uma cruz seria fincada na rês do chão. A pilhagem e o crime rondavam assim, a boa gente dos sertões, como um cão danado, enraivecido, mordendo tudo. Viver e sobreviver nos sertões naqueles tempos era uma aventura de valentes. Por isso a frase Euclidiana que virou máxima: “O sertanejo é antes de tudo um forte”.

De tal sorte que, a justiça também era ali, por uma questão de definição prática, apenas mais uma das tantas vítimas daquele sistema desumano. E de certa forma, até hoje a velha história ainda continua...

- Mas que diacho será aquilo. Que zuada dos seiscentos diabos, meu Deus!

Resmungou o vaqueiro de Zé Cardoso e Izaías Arruda – respeitado coronel prefeito, filho de Aurora. Pensativo o velho tangedor de gado seguia montado em seu burrico. Caminhava a passos lentos, buscando uma bezerra desgarrada. Andara naquele dia léguas tiranas e nada... Até se deparar finalmente com aquela cena. Sentira medo. Porém de certo modo, a curiosidade o dominara. Por fim se acalmou quando viu que era Massilon Leite – o cangaceiro – esperto e sanguinolento. Aventureiro potiguar-paraibano que sonhara enriquecer num passo de mágica. Trilhando os rumos do cangaço pelo aquele mundo adentro. Pra ele Mossoró era uma mina fácil. Uma questão de tempo, tão somente. Estava ali de volta as terras da Aurora com o seu pequeno bando de celerados. Não estava ali à toa. Tinha lá o seu propósito sob a alcunha de Mossoró.

Naquele dia cinzento pisava de novo com certa pressa o solo aurorense. Riscava ele com seu bando de facínoras intrépidos agora o descampado da mata solitária d’Aurora de Cândido do Pavão. Trazia, além de um sorriso largo no rosto, alforjes e embornais cheios de dinheiro e ouro. Produto da rapina que realizou dias antes pras bandas da Paraíba e do Rio Grande.

Sol a pino. Início do mês de maio – ano cangaceiro de 1927. Como que combinado, todo o bando em ato contínuo passava o lenço encardido sobre a testa como em continência. Não tinham sede. Tinham o calor dos trópicos. Há pouco passaram por um farto açude. Água boa, terra boa...

Depois do sobressalto e do medo do desconhecido, o vaqueiro agora estava um tanto aliviado. Pois viu que era Massilon - velho conhecido de outros tempos. Mesmo de relance, deu até para lobrigar alguns outros bandoleiros de casa, filhos da terra das bandas do riacho das Antas.

- Bom dia Massilon! Como você voltou cedo... o combinado num era pro mês que entra? - Disse o vaqueiro com certa intimidade.

- De fato Seu Vicente, nós havia acertado com Zé Cardoso e o coroné pro começo do mês de julho. Mas sê sabe como é, a gente num domina os acontecimentos. – Continuou:

- Por isso tô aqui. E também já sei que o capitão Virgulino já tá chegando aí por perto. Tá pras bandas das porteiras ou nas terras de Antoin da Piçarra dando uma descansada -

Explicou Massilon sentado de lado sobre a lua da sela, como que descansando as nádegas da longa viagem.

- É bom prevenir o capitão. Vi dizer que os macacos de Arlindo Rocha e Mané Neto estão fechando o cerco por aquelas bandas. É bom num facilitar. Aqui na Aurora estamos mais protegidos sob os cuidados do coroné Arruda.

Depois emendou: - Mas seu Vicente, me diga, onde está seu Zé Cardoso? –Perguntou:

- Trago a encomenda do coroné Izaías Arruda e tenho um bilhete de Décio Holanda sobre aquele assunto de Mossoró. Neste instante o vaqueiro do Diamante pareceu que tinha fogos nos olhos.

- Ora Massilon, você devia ter mandado dizer antes pelo pessoal das Antas. Zé Cardoso foi pra Missão Véia inda hoje no trem da feira pra tratar de assunto particular com o coroné Izaías. Depois a gente precisa de pagamento né. Disse ele que tinha pressa e tinha urgência. O vaqueiro continuou na sua longa explicação:

- Mas pelo jeito a amanhã cedo já deverá está de volta pelas Ipueiras. – explicou.

- Mas me diga onde vosmicê quer se arranchar? Aqui no Diamante na minha morada ou lá na casa das Ipueiras? Quis saber o vaqueiro. Pensativo Massilon demorou um pouco com o olhar enigmático voltado para o norte. Depois respondeu de chofre:

- Seu Vicente agradeço a sua hospitalidade. Mas quero ficar com meus homens até Zé Cardoso me trazer o coroné, lá na gruta da serra dos Cantins se o amigo não fizer caso pela escolha. – disse ele.

- O amigo acaso podendo me dispor do necessário é lá que eu queria me acoitar pelo tempo devido que for. Tenho coisas importantes para o coroné e naquele esconderijo de Lampião me sinto mais seguro. Sê sabe como é né? Munição e arma nós tem pra qualquer precisão.

- Bom, se o amigo deseja assim. Assim será feito. O resto pode deixar por minha conta.

Após este diálogo o vaqueiro que vinha do Coxá acenou para o resto do bando. Dizendo alto:

- Cambada vamo então lá pra casa para gente cumer qualquer coisa, pois as caras de vocês num nega. Vocês tão é lascado de fome e de sede num é?

Em seguida trocou algumas palavras com os jagunços do bando de Izaías Arruda que vez por outra serviam a Massilon nas suas incursões regionais. Eram eles: Zé Lúcio, José Roque, Zé Coco. Depois de comerem na casa do vaqueiro, Massilon com seu bando seguiu para o esconderijo da serra dos Cantins a cerca de apenas meia légua da Ipueiras onde aguardaria o coronel e Lampião com relativa segurança.

Era inegável. Ele temia alguma perseguição pela pilhagem que praticara dias antes. Com toda aquela dinheirama obtida nos últimos saques, Massilon repartiria com o coronel Izaías Arruda. Este era o trato – a partilha seria na base do meio a meio. E de quebra, por conta desse lucro aparentemente fácil tentaria convencer, o arguto Lampião para a sonhada empreitada da invasão de Mossoró. Seria o xeque mate para subir de vez na vida.

Dias depois, num final de tarde na casa grande da Fazenda Ipueiras – propriedade do coronel Izaías Arruda - arrendada ao seu cunhado Zé Cardoso, ocorreria o célebre encontro com vistas a traçar as estratégias para o ataque de Mossoró no Rio Grande do Norte. Da qual participaram, além de Massilon, o cangaceiro aurorense Júlio Porto que servia à Décio Holanda do Pereiro, Zé Cardoso, Lampião, Sabino e o coronel Izaías Arruda, este último como o grande patrocinador da empreitada. Igualmente, o principal responsável pelo convencimento de Virgulino que a princípio não concordou em participar do acerto, por conta do seu total desconhecimento da geografia do lugar e a ausência de coiteiros que o auxiliasse. Não costumava fugir do seu modus operandi de agir. Nestas coisas certas mudanças nunca são bem-vindas porque não surtem efeito positivo.

Não diretamente na sala de jantar onde a trama acontecia, estavam na sala da frente o vaqueiro Miguel Saraiva e o jovem Asa Branca, que mais tarde ingressaria no bando de Lampião com destino à Mossoró. Por conta da sua pouca idade, 15 anos, Asa Branca inicialmente foi recusado por Lampião, pois segundo ele, ‘não trabalhava com menino’. Não pela a insistência do jovem e do próprio Zé Cardoso, Lampião terminou aquiescendo após assistir na frente da Casa Grande uma sessão de tiro ao alvo realizada por Asa Branca. Ficou maravilhado e até confidencio para o coronel que o menino era mais um bom de vera...

“Este é igual uma Asa Branca, a gente só se ver a marca quando ela voa e estica as assas”, disse o capitão baixinho ao coiteiro-amigo Izaías Arruda.

Era ele, o tal menino, um atirador dos mais exímios. Um caçador renomado no sítio.. Tanto que conseguia a proeza de não errar um só tiro, mesmo os de olhos vedados(mirava antes e em seguida pedia para vedar seus olhos) como também os que foram executados de costas. Naquele final de tarde começava a ser planejada nos seus mínimos detalhes a empreitada para a invasão de Mossoró. Um projeto ousado, cujos riscos sequer foram devidamente avaliados. Aquilo de certa maneira intrigou o rei do cangaço.

Um investimento de curto prazo que ajudara a cegar os seus protagonistas. Toda trama foi arquitetada na fazenda Ipueiras no município de Aurora no Cariri cearense. Mas a história não terminaria ali. Depois do malogro, Aurora seria novamente palco de uma nova saga cangaceira, além de ponto culminante da fantástica e polêmica perseguição e marcha de Lampião e seu bando na direção da fazenda Ipueiras de Zé Cardoso e o coronel Izaías Arruda.

Sem ela, qualquer narrativa sobre o reio do Cangaço estará fatalmente comprometida, posto que não estará completa.

..........

José Cícero

Professor e Pesquisador do Cangaço.

Secretario de Cultura de Aurora-CE.

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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Futebol: Rodada deste final de semana definirá finalistas do cearense 2011

TODA SORTE E TODA GLÓRIA AO LEÃO DO MERCADO


Definidos os times que continuam a batalha pelo sonho do título de campeão cearense de 2011. Também confirmados os que caíram para a 2ª Divisão do Campeonato Estadual de 2012. Em seis jogos da última rodada do returno, realizados neste domingo (24), as dúvidas viraram certeza. Ceará, Guarani de Juazeiro, Horizonte e Guarany de Sobral continuam na luta pelo título estadual e Limoeiro e Quixadá caíram para a Segundona Cearense. As definições só aconteceram no final de cada partida, realizadas às 16hs.
O Ceará perdeu em casa para o Guarany sobralense (2×3). O resultado não alterou a liderança alvinegra, mas confirmou a vaga do Cacique do Vale. Nas semifinais, novo confronto será tira teima dos dois. Jogando em seus domínios, Icasa e Itapipoca venceram seus confrontos, contra Forteleza (3×2) e Guarani de Juazeiro (2×0), respectivamente. Para os donos de casa, nenhuma mudança. Enquanto isso, o Tricolor de Aço saiu da briga pelo título e o Leão do Mercado se classificou no G-4.
Horizonte confirmou sua vaga ao vencer o Ferroviário (3×1) e continuar seu sonho pela vaga na Série D do Brasileiro, que está mais perto do Guarani de Juazeiro. Já o derrotado Tubarão da Barra ficou mais um ano sem título e sem destaque.
Outra vitória importante foi a do Crato versus Quixadá (3×1). Confronto direto para fugir do rebaixamento, o Azulão do Cariri escapou e confirmou a queda do time quixadaense. Ainda foi registrado o empate entre Limoeiro e Tiradentes (3×3).
CLASSIFICAÇÃO FINAL RETURNO:

SEMIFINAIS:
30 abril_GUARANI DE JUAZEIRO X HORIZONTE___Estádio Romeirão, Juazeiro do Norte – 16hs1º maio_CEARÁ x GUARANY DE SOBRAL___Estádio indefinido – 16hs
Do: Icó é notícia de Yuri Guedes
URL curta: http://www.crato.org/chapadadoararipe/?p=33057

domingo, 24 de abril de 2011

UM POEMA CHAMADO CANGAÇO...

Por José Cícero
Á sombra daquele centenário pé de joazeiro
Cujo mesmo como testemunho solitário
Ainda ali na curva do antigo caminho,
se mantêm, à duras penas, vivo.
levei comida, informação, água e munição.
tantas vezes pela caatinga adentro,
aos jagunços de Izaías Arruda
e os cabras de Virgulino - Lampião.
Foi um montão de cangaceiros
que nem me lembro os nomes,
sei apenas que foram tantos
agora em meus sacrifícios
de recordação...

Não tive escolha em abraçar esta opção.
Servir aos bandoleiros com tal desvelo.
Forçado pela sorte, fui amigo e fui coiteiro
de Silvino, Luiz padre, Sinhor Pereira e Lampião.
Apertei a mão de Massilon, Sabino e Chubim
Sorri para Durvinha, Maria Bonita e Dadá.
Com ciúme, uma vez Corisco quis me ameaçar.
Contudo, Lampião foi meu amigo.
Dizendo alto: - com este ninguém mexe não!
Fiz amizade, fiquei conhecido
De Zé Inácio, Izaías, Antonio da Piçarra
coronel Santana e padre Cícero Romão
O maior dos santo do nosso sertão.

Chamam inda hoje de bandido e de ladrão
Todos aqueles antigos cangaceiros,
Mas aqui nos escondidos do sertão
Em que ficamos por anos abandonados,
Meu senhor – digo que não!
Pois os volantes dos governos da nação
Foram naquele tempo (em alguns casos)
até mais violentos e mais bandidos
Que os bandoleiros do capitão meu amigo.
Vez que surraram e mataram nossos filhos
Violentaram as meninas – seu moço.
E ainda puseram as mãos
no nosso dinheiro que já era tão pouco...
**************
José Cícero
Aurora-CE.
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quinta-feira, 21 de abril de 2011

SEMANA SANTA: Cristo de Areia - a volta de uma antiga tradição aurorense


Imagens do artista CIZIN e do Sec. de Cultura JC no local onde foi esculpido o "Cristo de areia"

Um grato retorno a uma das mais antigas tradições da semana santa em Aurora. Trata-se da construção artística de Jesus Cristo martirizado na cruz, numa escultura gigante deitada no chão do bairro Araçá, feito de areia uma bonita obra do escultor Cizin d’Aurora. Um trabalho sacro e também profano, na medida que de certa forma estigmatiza outros 'fazeres' e acontecimentos do cotidiano social do povo. A ação foi realizada do mesmo modo como e se fazia há cerca de 50 anos atrás pelos conhecidos escultores filhos da terra, os irmãos simplícios.
Tal simbologia teve início ainda nos primórdios dos anos 70, através do agora renomado escultor aurorense Nego Simplício, atualmente radicado em Nova Friburgo no estado do Rio de Janeiro, disse o secretário de cultura do município José Cícero.
“Por esta e muitas outras iniciativas genuínas de arte popular é que mostramos para o Ceará e o mundo que o nosso município se constitui como um grande e rico celeiro de artistas, notadamente no ofício da escultura”, finalizou.
A última vez que a iniciativa foi feita em Aurora, data do ano de 1989 conforme informação do próprio escultor Cícero Simplício, mais conhecido no mundo da arte, pela alcunha de CIZIN – que de quebra é irmão do Nego.
Nesta quinta-feira santa Cizin, sob os auspícios da Secretaria de Cultura local, resolveu reviver mais esta antiga tradição da arte religiosa aurorense.
Desta feita, a escultura do Cristo em areia, foi criada no campinho da estação ferroviária bem ao lado da velha caixa d’água da Reffsa. A beleza do trabalho é tanta que conseguido chamar a atenção de muitos moradores do bairro, por sinal o mais populoso da cidade, bem como da população residente no centro da cidade e adjacências.
“É uma obra de arte muito bem feita e que para nós aurorenses é um sinal de orgulho, pois temos artistas com grande capacidade de fazer coisas interessantes como esta que a gente está vendo, Jesus Cristo estendido todo feito de areia e barro como o próprio homem foi criado um dia por Deus”, disse o Sr. Francisco Santana, morador do Araçá.
Durante todo o dia, o local onde a escultura foi edificada virou atração. Um ponto de muitas visitações, principalmente por crianças e a comunidade católica de Aurora.
O artista – Cizin – autor da escultura passou o tempo todo recepcionando os visitantes, inclusive, dando detalhes e outras informações acerca da sua criação, que conforme ele, este ano, é uma homenagem às crianças que foram recentemente massacradas numa escola de Realengo no Rio de Janeiro.
O escultor, ao lado do secretario de Cultura também prestara entrevista para o Blog da Aurora e para site oficial do município. A previsão é de que o trabalho do Cristo de areia permaneça franqueado à visitação pública até a sexta-feira santa, enfatizou o secretário.
Na parte da tarde estão sendo aguardadas às visitas do prefeito Adailton Macedo, da 1ª dama Rose, do deputado federal filho da terra Raimundo Macedo, do vigário de Aurora, dentre outras autoridades.
A reportagem sobre a iniciativa também será veiculadas em diversas mídias do estado, e já está disponível na internet nos seguintes endereços eletrônico: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=YcjQony-l1s
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a Redação do Blog da Aurora e da Seculte.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Roberto Carlos, 70 anos: Música, saudade e o preconceito de elite

Por José CíceroParece que foi ontem...
Os sucessos musicais que duravam todo o ano e mais um pouco... Na sua grande maioria tocados pelas rádios AM do país inteiro e em seguida pelos discos de vinis, a que todos acorriam às lojas para adquiri-los com imensa alegria e sofreguidão pela sensação gostosa daquela novidade.
Bonitos “bolachões” de capas coloridas, com pomposas fotografias dos seus galãs. Extensos comentários explicativos e autorais acercam das composições contidas, e outras histórias que, de modo geral, instruíam as pessoas quanto àquela produção musical. Lp’s e compacto Disc – antigos e saudosos discos de vinis que embalaram durante muito tempo a nossa juventude assim como as várias gerações de entusiastas musicais de uma época áurea da produção artística musical brasileira.
Discos que na sua grande maioria eram lançados no fim do ano ou na estréia do ano-novo. Long Play de 12 músicas distribuídas em dois lados(A e B) e compactos, que embrulhávamos para dá de presentes aos amigos, parentes e a pessoa amada, geralmente com palavras de carinho, poemas e declarações de amor eterno e profundo. Tudo escrito à mão na extensão da capa daqueles vinis de outrora que nunca olvidamos. Produtos bastante diferenciados, disso que temos hoje sob a denominação fria de CD.

O disco de vinil era um universo de variedades que enchia o nosso ego de emoção e afetividade. Provando, deveras, que a música sempre foi uma linguagem universal... O disco era o próprio romantismo a toda prova mexendo profundamente com a sensibilidade do povo. Poesias musicalizadas no melhor estilo dos que cultivavam a paixão e o amor à flor da pele. Uma sensacional invenção artística, muito mais que tecnológica, engendrada para instigar nosso bom gosto e emocionar nossos corações numa autêntica enxurrada de emoções das mais superlativas e latentes. Presumo que por isso mesmo, não me esqueço daquele verdadeiro imperativo com que todo disco trazia no roda-pé da sua capa de papel, a frase: “Disco é Cultura”. Com os discos a boa música do país e, em alguns casos do exterior, entrava tocando pelos anos adentro. Adentrava nossas veias como uma injeção de pura glicose e fantasia. Fazendo deste, parte importante das nossas vidas. Diria que o disco cumpria sim, uma importante função social. Ao passo que educava musicalmente, ao contrário do que acontece agora quando; embriagados pelo lucro fácil e a qualquer preço; verdadeiros criminosos estão a descaracterizar pelo mau-gosto, incompetência, o baixo nível e a mais absoluta ausência de qualidade, daquele que já fora um dos mais importantes gêneros musicais do mundo – a MPB.
Portanto, é no mínimo lamentável o que estão fazendo com a música popular do Brasil. E o pior: todos nós somos culpados, por conta da nossa própria indiferença e passividade diante desta crise e deste evidente estado de descalabro. Porém, o que não tem alicerce não se sustenta. Esta onde fétida de lama haverá de passar sem deixar saudades.
Parece que foi ontem!..
Os implacáveis sucessos do rei Roberto Carlos e tantos outros cantores que de alguma maneira gloriosa escreveram seus nomes indeléveis na nossa história. Sucessos inesquecíveis a que todos aguardavam com expectativa. Lançamentos do rei que ocorriam impreterivelmente todo final de ano. Um presente para os que curtiam a música como um lenitivo para a própria alma... Os que curtiam um Tertulia, o som do rádio e dos antigos parques de diversão com suas dedicatórias anunciadas pelos alto-falantes. Era assim. Foi assim...
E as canções do rei, de fato embalavam nossa juventude, com um leque de composições brilhantes que ainda hoje nos emocionam verdadeiramente. Por isso reafirmo que os sucessos de Roberto são eternos, por mais que a nossa elite queira nos provar que não. Isso porque a elite brasileira de todos os tempos sempre sentiram vergonha e ódio das nossas raízes e dos nossos talentos. Notadamente daquilo que encontra eco nas camadas populares.
Nossa elite sempre foi burra e ignorante. Motivo pelo qual veste-se de luxo e brilho, justamente para que não consigamos enxergar sua verdadeira pele. O preconceito da elite do Brasil também teve seus aspectos musicais. Ou seja, de tanto jogar contra o nosso patrimônio, está agora a aplaudir de modo genuflexo, todo o caos que ora se abate sobre a nossa boa música.
Mas o Brasil é bem maior que ela(a elite), por isso haverá de dá a volta por cima... Haveremos de derrotar mais este crime de lesa-pátria e de lesa-história cometido contra a nossa música e a nossa cultura.
Assim, é imperioso que aplaudamos neste instante o feliz aniversário dos 70 anos deste grande artista do povo brasileiro. Monstro sagrado do nosso cancioneiro popular – o rei Roberto Carlos Braga -, por tudo que ele já produziu no sentido do engrandecimento da cultura musical da nossa nação.
Viva Roberto! Abaixo o preconceito de elite!

* José Cícero

Secretário de Cultura - Aurora/CE.

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terça-feira, 19 de abril de 2011

19 de Abril - Dia do Índio: O que temos a comemorar?

Por José Cícero
À memória dos sertanistas: Orlando e Cláudio Villas Boas, bemo como de Darcy Ribeiro.

Nos idos de 1500 quando supostamente o Brasil foi descoberto o continente americano possuía aproximadamente cerca de 100 milhões de índios, 5 milhões dos quais estavam distribuídos por quase toda a extensão do território brasileiro.
De lá para cá, o índio americano em geral sofreu um longo e penoso histórico de maus tratos e verdadeira guerra de extermínio, vez que foram praticamente dizimados e, em alguns países, como foi o caso dos Estados Unidos desapareceram quase que por completo. Por sinal, é este país que agora se arvora de bonzinho e ético querendo a todo custo, dá lição para o Brasil e o resto do mundo de como devemos nos comportar em relação a defesa povo indígena e (pasme) a preservação do meio ambiente.
Todavia, nesta história toda de mais de cinco séculos é preciso dizer que o Brasil, mesmo detentor de uma das mais vastas regiões de florestas tropicais do planeta, como a Amazônia, os nossos aborígines também não tiveram uma boa sorte, posto que também foram vítimas em potenciais de todo tipo de exploração, maltrato e perseguição. E neste aspecto, os números falam mais do que mil palavras.
De modo que hoje, no cômputo geral, os índios brasileiros não passam da casa de 460 mil, cerca de 0,25% da população total do país. Uma redução das mais absurdas levando-se em conta, inclusive, além da ainda agora densa região florestal, mais o predatório processo de colonialismo que sofremos e o sofrível atraso do nosso desenvolvimento urbano, cultural e econômico.
Tínhamos por exemplo, a partir do século XVI quando os portugueses, holandeses, espanhóis e franceses aportaram nas terras brasileiras, um número considerável de índios, levando-se em conta as estimativas dos que viviam apenas na região litorânea. Com pouco mais de 5 mil línguas e dialetos. Existia também uma grande quantidade de etnias que viviam exclusivamente pelo interior adentro. Atualmente, segundo os últimos levantamentos estatísticos, não possuímos sequer 80 línguas diferenciadas e dialetos autóctones, muitas das quais ou já foram perdidas para sempre ou estão em desuso e que por isso, seu esquecimento é apenas uma questão de tempo. Até porque, boa parte dos povos que ainda restam, estão aos poucos sofrendo um processo célere de aculturamento do chamado homem branco.


No passado remoto da nossa história, diríamos que no Brasil, todo dia era prioritariamente, dia de índio... Porque todo este vasto território aos índios pertencia. Contudo, depois da balela do descobrimento, suas riquezas, suas mulheres e suas terras foram aos poucos sendo roubadas, até se chegar ao que resta ainda hoje – quase nada. Afinal, o que de fato ainda pertence aos índios? Sequer o respeito do povo brasileiro os eles dispõem.
É lamentável, para não dizer vergonhoso, o tipo de tratamento que a sociedade brasileira e mundial dispensa aos povos indígenas. Uma ingratidão das mais absurdas e ignominiosas, posto que um dia, o Brasil e o planeta pertenceram a eles. Se, caso tivéssemos forçosamente que procurar os verdadeiros donos do Brasil e do mundo, indubitavelmente, seriam os índios, seus verdadeiros proprietários. E não os homens brancos. Os brancos no mínimo, são os autênticos e tenebrosos usurpadores deste sagrado chão.
A sociedade brasileira, americana e planetária no fundo, tem uma imensa e impagável dívida de gratidão com os povos indígenas... Assim, o mero respeito e a consideração a estes primeiros filhos da terra-gaia, já seria algo de grande valia do homem contemporâneo em relação a todas as nações indígenas do globo.
Que este 19 de abril – o famigerado dia do índio -, nos sirva ao menos como um momento especial para uma reflexão profunda acerca do verdadeiro significado e importância dos povos indígenas para cada um de nós, para o Brasil de hoje e, para o mundo em geral. Na sua necessária perspectiva de futuro e de sustentabilidade ambiental; como requesitos básicos para a manutenção da vida de todas as espécies do planeta.
Depois disso, devemos mergulhar dentro de nós mesmos e, finalmente perguntar: - Neste dia do índio, o que haveremos mesmo de comemorar?
Mas não nos esqueçamos de lembrar do terrível legado de destruição, abuso, desrespeito e extermínio que historicamente o Brasil vem dispensado aos seus índios - nossos irmãos de sangue e de caminhada ancestral.
.......*** José Cícero
Secretário de Cultura
Aurora-CE.
Fotos: www.fundamig.org.br e Internet


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sábado, 16 de abril de 2011

AURORA e a sua Poluição Sonora: Desrespeito e ilegalidade

Por: José CíceroComo estamos em AURORA com relação ao cumprimento da LEI DO SILÊNCIO.
E como anda o chamado “Direito de Vizinhança”?
Que a deseducação está tomando conta do mundo. Isso todo mundo já o sabe. Portanto, não é mais novidade para ninguém! Assim está a ocorrer não raro, acompanhada da ignorância e do mau gosto cavalar dos que por algum motivo, se imaginam donos do mundo. Os que acham que podem tudo, inclusive na total inobservância das leis e dos bons costumes...
Diria aliás, que esta observação, ultimamente está valendo para muitas das coisas relacionadas ao chamado convívio social nosso de cada dia. Contudo, quero atrelar este meu comentário muito mais ao que ora acontece em AURORA que não é muito diferente daquilo que acontece pelo páis afora. Eis os males desta maldita aldeia global. Verdadeira epidemia chamada poluição sonora, aliada ao abuso provocado pelos veículos dotados de potentes sons que, de quebra, ultrapassam todos os limites de decibéis aceitáveis e estabelecidos pela ‘Lei do Silêncio’. Norma legal que, inclusive, sequer é conhecida e, tampouco cumprida por ‘seu ninguém’. Mas ela existe e cabe a todo cidadão exigir o seu cumprimento a contento, sobretudo quando estiver sendo prejudicado no seu dia-a-dia e no descanso sagrado do seu lar.

Pois bem. Estou fazendo a parte que penso que me cabe como ente um social. Aqui no bairro Araçá, precisamente na rua Cícero José do Nascimento, no cruzamento com a rua do Cruzeiro e Nereu Gonçalves(Da Cerâmica), além da fedentina provocada pelo crônico defeito na tubulação do esgoto da Cagece que há anos acontece... Também há que se destacar o demoníaco barulho de um Bar da Esquina e dos demais que não proíbem a execução de equipamento de som nem tampouco, dos instalados em veículos automotores. Que por sinal, nos limites das suas potências sonoras estão a estourar nossos tímpanos. Comoque nos obrigando a ouvir um "som babaca e imoral" que nem de música deveria ser denominado.


Configurando, portanto, um abuso e um desrespeito dos mais evidentes, a todos os moradores das imediações. E isso acontece diariamente com frequência no período e nos finais de semanas e feriados por todo o dia. É relamente impossível qualquer tipo de concentração ou mesmo acompanhar um simples noticiário da TV. Agora, mesmo na feitura deste informe a algazarra está a rolar lá fora. Então, durma-se com este barulho....



No último sábado, foi algo até digno de piada. Pois cada bar possuía um veículo em frente ou ao lado, de modo que a sonoridade que já era péssima virou de vez uma babel infernal. A cionamos a polícia e os agentes do pró-cidadania. Mas nada foi resolvido. Logo que os policiais deixaram o local, tudo voltou a ficar como antes, isto é, os volumes dos alto-falantes permanecem nos limites máximos. Mesmo compreendendo o lado dos donos de bares, há por isso mesmo uma decisiva conivência dos mesmos com o problema. Haveria de se procurar um meio-termo, até estes "besouros" se educarem diante do possível permitido.


No sábado, o que era triste ficou cômico: som nas alturas e misturados, pessoas embriagas falando alto aos berros para que pudessem ser ouvidas pelos demaise. E como sempre(para variar) músicas de baixíssima qualidade, obscenas própria do fank e do chamado forró descartáveis. Um verdadeiro atentado à inteligência dos cidadãos de um modo geral. Um desserviço prestado a nossa verdadeira identidade cultural. Por outro lado, a fedentina oriunda dos dejetos do esgoto da Cagece concentrada nas poças no meio do cruzamento afundando o calçamento da rua. àguas fétidas invariavelmente espalhadas pelo movimentado tráfego de veículos e de pedestres pelo local.


Poluição hídrica e mental, eu diria. Ambas que no seu conjunto, constituem um sério problema de saúde pública e, que por isso, precisa ser resolvido com urgência, por quem de direito, posto que sua continuidade coloca em sério risco a vida e a paz de toda a comunidade.


A população precisa se unir para reivindicar os seus direitos essenciais


É fundamental que a Lei do Silêncio seja discutida na Câmara de vereadores e, quem sabe adaptada às reais necessidades da nossa população. E principalmente, que o seu cumprimento seja desde então, uma das prioridades municipais. Que seja posta devidamente em prática. Mais que isso: uma exigência inalienável daqui para frente em todos os quadrantes do nosso município...


Com relação a esta problemática, resgatei alguns informes da Internet, na ânsia de ilustrar o que agora também reivindico como um direito coletivo da nossa comunidade.


Confira a baixo uma notícia vinda do Crato, onde a polícia está aplicando a Lei do Silêncio ao passo que coíbe o exagero e o abuso dos proprietários de Bares e carros com sons instalados e, que por conseqüência, descumprem tal lei. Na seqüência, também postei da Net outras informações relativas ao que seja a tal Lei do Silêncio.


Espero ter contribuído com este debate que como se ver está apenas iniciando em nossa cidade. Notadamente auxiliar/orientar aqueles que por acaso, assim como eu, estejam sendo prejudicados na sua paz. E, muito principalmente chamar a atenção das nossas autoridades para o problema. Afinal de contas, “elas” estão aí para resolver. Resta a todos nós saber provocá-las com nossas solicitações democráticas e sociais, afinal, é assim que se constrói efetivamente a cidadania popular a que todos desejam...Zuada(Ruídos) até às 22 horas. Isso é Possível? Isso é legalmente permitido? - NÃO!!!!


Nem durante o dia, o barulho recorrente e acima dos decibéis legais estabelecidos por lei, não será permitido. Por fim, se alguém que estiver abusando do barulho lhe disser que poderá o fazer até às 22 horas. Não acredite! Porque isso não é verdade. Pois tudo tem limite. A ninguém é dado o direito de desrespeitar o seu direito. A altura do som tem um limite de decibéis estabelecidos por lei. A saber: 45 (db)para áreas residênciais, 60 para as comerciais e 70 para industriais.


Quando alguém o ultrapassa esta marca está cometendo um abuso. Tente dialogar com ele para um acordo possível. Caso, o suposto “deseducado” não o atenda. Procure inicialmente a PM, de preferência com uma testemunha. A autoridade, a depender de cada caso poderá optar por um TCO. Exija seus direitos. Isto é cidadania. Isso melhorar a sua cidade como um todo...................I INFORMES SOBRE A LEI DO SILÊNCIO



Apreensão de equipamentos de som no Cariri


A Companhia de Polícia Militar Ambiental está fechando o cerco contra o uso abusivo de sistemas de som em veículos automotores.Crato, por exemplo, na Rodovia 292, durante uma fiscalização em um bar, sem identificação, um carro do tipo Montana estava com som excessivamente alto e o proprietário foi então conduzido a Delegacia Regional de Polícia Civil de Juazeiro onde foi lavrado o TCO – Termo Circunstanciado de Ocorrência - . Ficaram apreendidos equipamentos como uma caixa de som grave, com 2 alto falantes, 4 cornetas e 2 tweeters e som automotivo.Na mesma ação foi apreendido um carro do tipo corsa sedan. O proprietário reside em Juazeiro. Deste veículo foram apreendidos uma caixa de som com 2 alto falante, outra com 4 cornetas e um toca cd.As informações foram prestadas pelo Major Marcos Antonio dos Santos Nascimento, comandante do 2º Pelotão da Companhia de Policiamento Militar Ambiental............................................



Quando ao tema veja o que disse o Sr. Arthur SPM a uma indagação de uma internauta quanto a possibilidade de alguém manter o som nas altura durante todo o dia até às 22 h.:

”Há um MITO, amplamente propagado no Brasil, dando conta de que o cidadão tem o direito de fazer barulho até às 22h:00. Engano. Na verdade, o EXCESSO de ruído que causa dano a outrem, a qualquer hora do dia, especialmente em zona residencial, constitui ABUSO DO DIREITO e, portanto, ATO ILÍCITO.
A assertiva da Polícia, igualmente, não procede. É possível, SIM, lavrar um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência), com base no art. 42, III, da Lei nº 3.688 (a chamada "Lei das Contravenções Penais"), AINDA QUE NÃO HAJA O APARELHO QUE MEDE OS DECIBÉIS, mesmo porque a prova referente ao nível de ruído terá um momento próprio para ser produzida.
A rigor, a Sra. pode, sim, processar a sua vizinha. Não se trata, porém, de um processo "por perturbação do sossego", no sentido penal do termo. Ao que parece, a ação mais adequada é de OBRIGAÇÃO DE NÃO-FAZER, pedindo para que o Estado-juiz imponha à sua vizinha (a ré) o dever de não ouvir o som acima de um determinado limite; ou, alternativamente, que instale revestimento acústico hábil a evitar o barulho (hipótese em que a obrigação, evidentemente, será de FAZER)...
Todavia, antes de qualquer procedimento judicial, tenho que o melhor a fazer é NOTIFICÁ-LA, extrajudicialmente, para que cesse o barulho excessivo. Não surtindo efeitos, daí sim pode-se pensar em ajuizamento de ação...”




Fonte: http://forum.jus.uol.com.br/ http://www.pitoresco.com.br http://www.sempretops.com



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E o que você acha de a tal Lei do Silêncio – Em Aurora está mesmo literalmente em silencio?



Que “diacho” de Lei será esta?




A Lei do silêncio foi criada há alguns anos, para controlar os decibéis, aceitáveis pelo ouvido humano, posto que há cientificamente comprovado um limite aceitável pela nossa audição, acima deste limite é prejudicial. Ela é usada para punir os infratores, mas dificilmente é aplicada.


Vamos contrariar esta estatistica fazendo com que esta Lei seja devidamente cumprinda em Aurora!


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Outra Notícia acerca do cumprimento efetivo da Lei do Silêncio:



A Secretaria Municipal de Meio Ambiente da Cidade do Rio de Janeiro (SMAC) disponibiliza o "disque-barulho" pelo telefone 2503-2795 e ninguém pode imaginar o número de reclamações diárias... Em último caso, poderá o síndico ou o prejudicado direto apresentar queixa à Polícia, munindo-se das testemunhas para isso necessárias, uma vez que tal prática está capitulada no artigo 42 da Lei de Contravenções Penais.Silêncio, agora, para uma vez mais sabermos entendermos sobre a Lei do Silêncio. Ou então se cale para sempre...



Dura-lex, sed lex



O novo Código Civil, instituído pela Lei 10.406 de 10/1/2002, que entrou em vigor em 11/1/2003, quando trata do direito de vizinhança e do uso anormal da propriedade, nos artigos 1.277 a 1.281, determina algumas limitações ao domínio, com base no interesse privado. Vale a pena uma lida.Assim, qualquer tipo de ruído abusivo originário de uma propriedade qualquer, que venha a tirar a paz e o sossego dos vizinhos, o seu proprietário poderá sofrer as restrições estabelecidas pela sobredita lei.


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quinta-feira, 14 de abril de 2011

Da Piçarra à Paulo Afonso, uma viagem inesquecível




Em nossa recente viagem com destino a Paulo Afonso na Bahia, onde participaríamos do Seminário comemorativo ao Centenário de Maria Bonita - 2011 – Eu, Manoel Severo, Bosco André e o bonapartiano Francês Jack de Witte fizemos uma proveitosa parada na fazenda Piçarra no município de Jati. Tudo ciceroneado por nosso timoneiro-mor Manoel Severo - o cara do Cariri Cangaço.
De pronto, formos recebidos com a maior das afabilidades sertanejas. Até porque o mestre Severo é, por assim dizer, um antigo conhecido do atual proprietário Vilson Santana, este, por sinal, neto do afamado Antonio da Piçarra que, de quebra, foi durante muito tempo um dos maiores coiteiros de Lampião nesta parte do Cariri cearense. Já estávamos nos limites do Jati nas confluências de Porteiras das Guaribas e Brejo Santo.
Como excelente prosador, após as apresentações de praxe, o dono da casa falou-nos da relação do seu avô com Virgulino, esmiuçando informações das mais preciosas, justamente, para quem deseja compreender no seu nascedouro a história, muito além das invencionices mirabolantes dos que escrevem (às vezes) sem muita preocupação com a veracidade dos fatos e seus desdobramentos futuro.
Diga-se de passagem, muitos dos ricos relatos daquele jatiense amigo, além de inéditos, não os encontramos facilmente na chamada historiografia oficial do cangaço por toda sorte de motivos... Por isso; eis a grandeza daquela inopinada visita. Algo que, ao meu ver, já valeria a pena tê-la empreendido em toda a sua aventura. Uma proesa engendrada pelo mestre Severo e que muito agradeço por tê-la vivenciado em todos os seus momentos.
Na Piçarra abraçamos a história como se diz, em carne viva. Ainda, com direito até mesmo, a sentarmos no velho banco centenário da casa. Uma relíquia das mais interessantes e rara aos estudisoso contemporâneos. Pois naquele banco de madeira carcomida pelo tempo, um dia certamente sentaram para um dedo de prosa, além do seu dono(Antonio da Piçarra) o tenente Arlindo Rocha e, quiçá o próprio rei do cangaço com seu bando quando das diversas vezes que descansaram por aquelas bandas com destino ao Pernambuco ou quando adentrou o sul do Cariri na busca da Serra do Mato na Goianinha(Jamacaru) do Coronel Santana de Missão Velha, Juazeiro do Padre Cícero, Barro de Zé Inácio ou o aprazível coito na célebre fazenda Ipueiras do coronel Izaías Arruda em Aurora.
Sentar-me naquele banco antigo, foi como voltar no tempo. Um momento especial, daqueles que nos enchem de memórias e de orgulho... Ouvindo a fantástica narrativa do seu atual proprietário. Era como se estivéssemos efetuando um grande mergulho no fundo escuro da história em vários flash back.
Registramos tudo por meio de anotações, gravações e fotos. Reversamos-nos e no ofício de fotógrafo( Eu e Severo) a la Benjamim Abraão que se embrenhou na caatinga na busca imagética de Lampião. Tamanha era a minha sensação daquele instante. Quem sabe, na mesma sofreguidão de seres apressados sempre preocupados com o fantasma do esquecimento e a exigüidade do tempo e da própria vida.
Mas, não somente isso. Creio que nossa maior preocupação e cuidado continuava sendo de fato, com a preservação de uma saga que a posteridade não poderá por nenhum motivo deixar de conhecer. E, que de algum modo, nós é que seremos os responsáveis por sua continuidade ou pelo seu desaparecimento no futuro. (...)
Foi uma viagem das mais ricas e proveitosas. Daquelas que nunca voltamos do mesmo jeito. Posto que assimilamos uma série de novos e importantes conhecimentos. E isso não tem preço, já que de algum modo especial nos valem por uma vida inteira...
E assim seguimos estrada afora. Jack, o pesquisador francês, queria ver caatinga, mandacarus, xiquexique, coroa-de frade, enfim, todas as nossas cactáceas em seu conjunto biomático. Talvez quem sabe, tentanfo enxergar por meio delas, todas as agruras e o sofrimento de uma gente , cuja própria Europa, possivelmente um dia só a (re)conheceu como miseráveis.
Mas não. Jack com seus próprios olhos cor de anil, logo pôde finalmente constatar que o sertão que os outros o dizem de longe, é uma invenção. Uma miragem das mais espinhentas quase teatralizada. Repleta de ‘segundas intenções’. Agora a realidade que ele praticamente tocava com as mãos era um universo de grandes verdades em meio as novidades que o absorvia em seus mistérios. - O sertão é "marravilhoso", expressara ele com uma literal enxurrada de admiração nos olhos.
De alguma maneira, diria que o amigo francês, entusiasta da história lampiônica, ficou extasiado pela constatação inequívoca de um sertão belo e possível, muito além das invenções mentirosas dos poderosos, tanto daqui quanto do além-fronteira.
De tal sorte que, um pouco mais a frente, após avistar toda a grandeza do São Francisco, sob o indicativo quase sempre em riste do memorialista Bosco André, Jack certamente provaria com entusiasmo da implacável assertiva conselheira de “o sertão vai virar mar”... E o sertão era, de fato o verdadeiro do místico Conselheiro diante dos nossos próprios olhos. Confesso que eu também via tudo aquilo, como se enxergasse pela própria perspectiva do nosso amigo de France.
Prolixo e produtivo diálogo, foi toda aquela viagem... Conquanto, sempre ao volante, imerso em um turbilhão de palavras e explicações pertinentes; Severo já se transformara no guia do grupo. Com sua contagiante alegria de neocangaceiro querendo com seu conhecimento nos abastecer de informações. E assim seguíamos por assim dizer, os mesmos passos de Lampião e seu bando pela história afora. Pela caatinga e pela vida adentro... O velho Chico nos perseguia sempre de lado como a encher nossos olhos de sonhos e utopias.
E eu, muito mais em silêncio mergulhava-me deveras em pensamentos. Vislumbrando todo aquele inusitado ambiente que assim como Jack, também ali o conhecia pela primeira vez.
E assim divagava comigo mesmo: Quanto este Brasil é grande! O São Francisco imenso. E Lampião, uma figura singular que conseguiu vencer por sua ousadia e inteligência todas as fronteiras do mundo e do tempo sem ao menos sair deste Nordeste.(...)
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Por: José Cícero
Secretário de Cultura de Aurora-CE
Pesquisador do cangaço
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Fotos:
José Cícero, Manoel Severo, Jack de Witte, Bosco André e Vilson Santana

sábado, 9 de abril de 2011

Representante da SECULTE-Aurora participa de evento em Fortaleza e reivindica melhorias para à Cultura e o Esporte

José Cícero com o Dep. Federal Mauro Benevides



















Durante dois dias(7 e 8) o secretário de Cultura de Aurora José Cícero esteve em Fortaleza ocasião que visitou algumas repartições públicas do Estado no sentido de reivindicar melhorias para a área da cultura e do esporte do seu município. Para tanto, participou ainda de encontro com assessores do Senador Inácio Arruda, do deputado Chico Lopes, além conversações com o secretário de Organização do PC do B Abel Rodrigues no sentido de também encaminhar uma pauta de reivindicações junto aos gabinetes dos deputados Lula Morais(estadual) e João Ananias(federal).

José Cícero ainda manteve contato com o deputado federal Mauro Benevides(PMDB) quando na oportunidade solicitou pessoalmente ao experiente político cearense recursos para a restauração do antigo prédio do Coronel Xavier(onde funcionou a antiga Cnec) localizado ao lado da matriz. Munidos de fotografias e após relatar parte da história do centenário casarão ao deputado Mauro Benevides ao lado do Dr. Nildo Sobral e da sua esposa Drª Dulce Maria(presidente da Fecoece); José Cícero obteve do parlamentar a promessa da destinação de recursos para a sua secretaria com esta finalidade, por meio de uma emenda parlamentar.

“Fiquei bastante feliz com a acolhida e a visível sensibilidade do Dr. Mauro em nos ajudar. Agora irei me reunir com o prefeito Adailton no sentido de tão logo darmos o encaminhamento necessário para este propósito. Pois o nosso maior patrimônio histórico não pode esperar por muito tempo”, disse. O secretário disse ainda, que desde o início da administração o prefeito Adailton Macedo demonstrou sua preocupação com a preservação do nosso patrimônio histórico e arquitetônico, tanto que providenciou a compra do casarão onde agora funciona a sede da Seculte e logo em seguida, a do coronel Xavier.

O primeiro passo já foi dado... E como as obras de restauro e revitalização demandam um soma de recursos das mais altas o município precisa contar com a ajuda do Governo do estado e da União. “Além da aquisição por conta própria, o município agora já providencia o tombamento oficial dos dois bens”, finalizou. Na capital JC também representou o município, juntamente com o Sr. Zequinha Pereira no grande Seminário que reuniu vários dirigentes do movimento Circulista(Círculo Operário) do país inteiro. Numa realização da CBTC – Confederação Brasileira de Trabalhadores Circulistas; FCORS – Federação dos Circulistas Operários do Rio Grande do Sul e FECOECE – Federação dos Círculos Operários do estado do Ceará, em cujo evento, além de vereadores de Fortaleza, o ex-senador, e atual Deputado Mauro Benevides participou como expositor e membro deste verdadeiro movimento nacional.

A renovação e ampliação do Programa Segundo Tempo, Ponto de Cultura e bibliotecas comunitárias para os bairros e distritos da zona rural também compuseram o leque de reivindicações do representante da Seculte-Aurora.

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