sábado, 31 de maio de 2008

Estudantes de biologia do ensino médio participam em AURORA de seminário temático sobre Meio Ambiente


Desde meados do mês de maio que os estudantes de Aurora do 1º ano do ensino médio turmas (B e C) e 2º ano B do colégio Estadual Tabelião José Pinto Quezado na área de Biologia, assim como do 1º (A, B, D e E) do colégio Monsenhor Vicente Bezerra participam de um ciclo de debates através de seminários temáticos expositivos em sala de aula, abordando os assuntos relacionados ao “Meio Ambiente, biodiversidade e o rio Salgado”. A iniciativa é do professor da área de biologia José Cícero, que este ano após o período das enchentes retoma a temática da ecologia como forma de desenvolver no seu alunado uma sólida base científico-biológica centrada na contextualização da teoria com o seu aspecto prático. O mesmo procedimento vem sendo desenvolvido com sucesso deste o ano passado. Objetivando, segundo ele, a formação de uma consciência ecológica responsável, crítica e reflexiva em toda sociedade, que vá além dos limites da própria escola. “Não podemos acreditar em nenhuma mudança efetiva da sociedade em relação ao meio ambiente se esta questão não estiver inserida na pauta curricular e na agenda das preocupações prioritária da escola”, sustenta José Cícero. Ainda são muito tímidas, para não dizer quase inexistentes, as discussões e, notadamente as problematizações do tema no ambiente escolar, completa. E em Aurora não podemos por nenhum motivo nos dá ao luxo das indiferenças em continuarmos prescindindo de se trabalhar a questão da biodiversidade e da preservação da natureza como um instrumento dos mais pedagógicos que é o rio Salgado. Um verdadeiro laboratório natural a céu aberto. Além de tudo é preciso ressaltar que o rio está precisando de uma imediata intervenção preservacionista. Basta dizer que o mesmo é o nosso ar-condicionado natural, o centro gravitacional dos ecossistemas caririenses.
A Pedagogia socioambiental pela ótica da praxe freireana
É muito gratificante constatar que os nossos estudantes respondem satisfatoriamente quanto começam a perceber que aquilo que teorizamos através dos livros também compõe o universo do seu próprio cotidiano. O nível de aprendizagem e das intervenções práticas e qualitativas dos mesmos melhora significativamente. É mister, portanto, que despertemos para isso, não apenas no que diz respeito as questões socioambientais. É fundamental darmos toda a plasticidade possível a decantada praxe Freireana do ‘aprender a aprender’ a partir de um viés coletivo da construção do conhecimento. Isso é que de fato transformará o nosso aluno no sujeito da sua própria história. Temos que encarar a preservação do nosso rio com a perspectiva de algo que era para ter sido feito ontem. Ou ainda, como uma das nossas principais artérias prestes a ser obstruída e, que consequentemente poderá nos levar à óbito junto com ela.
Seminários Temáticos: a natureza em discussão

Os seminários temáticos focalizaram temas importantes tais como: A poluição e degradação do rio Salgado e o bioma aurorense; As ameaças que pesam sobre a natureza e os seus recursos naturais; Aquecimento global: causas e conseqüências; A problemática da água no planeta; A situação da Amazônia brasileira, Ecossistemas terrestres e desenvolvimento sustentável, entre outros. Os estudantes da área de ciências biológicas dos dois educandários da rede estadual de ensino também se preparam para a realização de aulas de campo em diferentes espaços ecológicos, não apenas no território de Aurora. Tanto a nascente quanto a foz do rio, além da Massalina(Aurora), Cachoeira(Missão Velha) e o Boqueirão(Lavras) deverão ser visitados pelos estudantes aurorenses.
Documentário sobre a crise ambiental do Salgado
Com a participação da comunidade escolar, o professor José Cícero está pretendendo produzir um breve documentário(em áudio e vídeo) como forma de denunciar a atual situação de verdadeiro crime e descalabro ambiental, por que passa todo o manancial salgadiano nos seus 308 km de extensão. Especial atenção será dedicada, de acordo com o professor, aos 42 km do rio que banha o município de Aurora. O problema é o de sempre: falta de incentivos financeiros para a empreitada. “O Salgado, inclusive, foi o tema recente que escolhi para a produção do trabalho de especialização em ciências biológicas, bem como uma das pautas que integram o meu último livro lançado em janeiro último, intitulado: “Enxada, Foice e Suor”, concluiu.

Especial: site e Revista Aurora

Comentário do prof. Luiz Domingos acerca do recente artigo de José Cícero sobre o Salgado

Aurora é um presente do Rio Salgado, as nossas raízes históricas estão intimamente ligadas ao tecido social criado ao redor do rio. Matar o rio é matar todo o processo social etnográfico. É negar a história do homem caririense. É o nascimento das trevas, na quebra dos laços e ilações familiares, comunidades e por extensão a sociedade. Tratar o rio como um grande esgoto do Cariri, pode ser bom para os industriais, para os empresários, para o capitalismo selvagem, porém, o prejuízo com a destruição desse ecossistema é um preço que as futuras gerações talvez não possam pagar. Todo o micro sistema ambiental será modificado, a natureza não dá salto e nós carirenses não podemos nem devemos saltar para trás. O Grito de alerta do professor e escritor José Cícero ainda é uma oportunidade para que o poder público, a iniciativa privada e o povo em geral repensem as suas condições de consumidores e ofereçam uma oportunidade ao meio ambiente. Do contrário, a vida tornar-se-á inviável, e penso que o primeiro a ser extinto será o Homo Sapiens.

Planeta que chora*

Reflito sobre a vida
sobre o mundo rotativodo
universo exuberante
da beleza do ser pensante
do mundo mágico criativo;
É o solo, é a existência roída
de um planeta que chora, exaurido.
De uma fumaça de gás cumprimido
De um berço que faz sentido.
De uma paisagem destruida
que teimo em desfrutar -
a reta um ponto vai ficar
o fim, o começo a externar
O espaço a gritar
O ambiente somente?
A água? A selva? O mar? E nós humanos?
O planeta chora. A inteligência ignora?
Onde iremos morar?
sem terra, sem piso, sem ar
sem fogo, sem água, sem mar?
por que a poluição? o farelo da destruição
O lixo cultural? O rio é um esgoto
O mar está morto.
O ar é aborto
de quem quer abortar, assim, volto ao pó.
não tem reciclagem é uma viagem,
mas viajo só?
(*) Luiz Domingos de Luna

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ecologia: Um olhar panorâmico sobre o rio Salgado

Tendo por nascedouro a serra da Batateira no município do Crato no sopé da chapada do Araripe, o rio Salgado desenha um percurso de 308 km de extensão; banhando oito municípios. Sua sub-bacia hidrográfica(que integra a bacia do Jaguaribe), no entanto, conforme dados da companhia de gerenciamento e recursos hídricos( Cogerh) está composta por cerca de 23 municípios. Com uma capacidade de acumulação de águas superficiais em torno de 447,41 milhões de m3 mantendo em seu entorno uma área de drenagem da de 12.865 km2 o que representa 8,5% do total do seu território. Sendo que 13 açudes públicos integram o seu perímetro de sua abrangência subdividida em outras cinco micro-bacias regionais. O solo salgadiano é composto por 85% de rochas cristalinas e 15% de sedimentares. Sob a bacia sedimentar do Araripe estão concentrados os seus mais consideráveis aqüíferos da região.
Antes de desaguar no Jaguaribe nas terras do Icó, o Salgado percorre 42 km do território aurorense. Perfazendo assim, somente no município de Aurora uma área irrigável de quase 4 mil hectares onde se destacam as lavouras de milho, feijão, arroz e de hortifrutigranjeiros.
Historicamente o Salgado, foi o caminho natural percorrido por todos os desbravadores deste vale e alto sertão. Portanto, foi peça fundamental para o povoamento de todo o Cariri cearense. Sua influência geográfica e econômica de um modo geral remonta ao aparecimento dos índios Kariri-novos que habitaram este vale desde priscas eras, vindo acossados pelas secas da serra da Borborema na Paraíba. Os povos Kariris habitaram de Missão Velha (Cachoeira-Missão Nova) até o sopé do Araripe, onde se situa a nascente desse importante curso d’água. No seu rastro hidrográfico o Salgado não apenas fertiliza a terra como, aqui e acolá consegue ainda pontuar seu trajeto (mesmo sem a devida preservação) de paisagens naturais raras belezas e deslumbramento.
O principal rio do Cariri concentra ainda, várias fontes de águas minerais(Crato-Barbalha), além do espetacular boqueirão de Lavras e a Massalina de Aurora, dentre outros atrativos ainda não catalogados. Seu encantamento também significa fonte de inspiração para um sem-número de artistas caririenses, a exemplo do renomado forrozeiro aurorense(Ingazeiras) Alcymar Monteiro e sua célebre composição: "Rio Salgado, corrente de água doce".
Hoje porém, do ponto de vista ecológico, o diagnóstico que se tem do Salgado é alarmante. A poluição desenfreada aliada a outras formas de degradação ambiental, advindas das atividades antropocêntricas e do desenvolvimento urbano e industrial vêm o transformando aos poucos, num verdadeiro esgoto a céu aberto. De acordo com uma série de estudos laboratoriais e levantamentos técnicos as águas do Salgado possuem em alguns pontos, principalmente nas proximidades das cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, altíssimo grau de poluição química, incluindo a presença de metais pesados. Ficou constatada também a redução considerável do seu antigo potencial pesqueiro. Sendo que algumas espécies de peixes consideradas endêmicas(que só existiam na sua bacia) já são praticamente dadas por extintas. Contudo, o quadro triste do Salgado não para por aí. No momento tudo o que ainda resta da sua antes abundante fauna e flora está correndo sérios risco. Há evidências de que a sua mata ciliar já esteja quase que inteiramente comprometida em muitos trajetos. Plantas nativas antes facilmente encontradas às suas margens hoje praticamente desapareceram. A eutrofização virou uma constante em todo o percurso salgadiano. Notadamente nos diversos barramentos edificados sem nenhum critério ambienta que atingem o seu ponto crítico nas épocas de estiagem.
Aliás, já é consenso entre os ambientalistas que a quebra da cadeia ecológica do Salgado comprometerá todo o ecossistema sócioambiental sul caririense. De modo que, sem a devida proteção antes oferecida pela vegetação ciliar o rio vem sofrendo um intenso processo de assoreamento, prejudicando inclusive a base alimentar de peixes, moluscos, microorganismos e outros animais que fazem das ribanceiras do rio seu habitat natural.
Moradores ribeirinhos já se resentem da sua antiga fartura. Na comunidade rural de Pavão na região de Ingazeiras, por exemplo, o agricultor Edmilson Ribeiro 78 anos, que desde a infância conviveu de perto com o manancial, se diz inconformado e triste diante da situação por que passa o Salgado. Espécies como o “cascudo, cari-chupela de barbatana e a jutubara” não mais existem naquela região, conforme explica o agricultor. Outra constatação é a rapidez com que o rio se alarga, fica raso e seca. “O nosso rio está longe de ser como era antigamente”, diz o rurícola meio desolado. “Antes aqui tudo era fartura... não era nem preciso ir longe para se pegar os peixes que a gente precisava. Hoje, até piabas é difícil de se vê” conclui o ribeirinho. É provável que espécies vegetais e animais ainda não conhecidas e estudadas pela ciência já tenham desaparecido completamente. Um livro de sabedoria e oportunidades antrópicas que perdemos para sempre.
Em contrapartida, há quem diga que o Salgado poderá voltar a ser o que era antes, a partir da sua revitalização contida nas diretrizes do projeto de transposição das águas do São Francisco para o Nordeste setentrional. Isso porque parte da sua calha natural será aproveitada para dá vazão às águas do “velho Chico”. Todavia, existem também os que não enxerguem quase que nenhuma vantagem no projeto. Para estes, o Salgado sofrerá ainda mais com mais esta intervenção humana.
Polêmicas à parte, todos os números apontam para a atual situação de penúria em que se encontra o rio do Cariri. Um quadro que no final das contas poderá provocar sérios impactos não apenas ambientais como também econômicos e sociais para toda esta vasta região do padre Cícero.
Apenas num ponto todos são unânimes: a necessidade de soluções urgentes, no sentido de se estancar o processo cada vez mais acelerado de degradação do manancial. As agressões constatadas são tantas que não é nenhum absurdo afirmar que o ponto-limite do rio está prestes de ser ultrapassado. Após este estágio, nada mais poderá ser feito, pois será muito tarde. Um caminho sem volta. O tempo está se esgotando.... sustentam os especialistas. Daqui a pouco a morte do Salgado não será mais ilação, porém um fato consumado.
Estamos diante de um processo quase irreversível pelo qual nós, os contemporâneos, condenaremos aos caos ambiental a geração do futura. Uma dívida das mais impagáveis que deixaremos para nossos descendentes e a posteridade. Decerto, os homens e mulheres do porvir não nos perdoarão, caso não mudemos sem mais protelações a nossa maneira de nos relacionar com a natureza e a biodiversidade de um modo geral. O Salgado é uma criança ainda a implorar nossos cuidados.
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Por José Cícero
In O Povo

Estudantes de AURORA participam de Aula de Campo no rio Salgado

Cerca de 70 estudantes de biologia e química das séries iniciais do ensino médio do colégio Monsenhor Vicente Bezerra de Aurora no Cariri participaram na manhã da última quinta-feira*, de uma aula de campo no sítio Barro Vermelho às margens do rio Salgado. A experiência organizada pelo professor José Cícero teve como foco a atual situação de degradação ambiental porque passa o maior manancial do Cariri, bem como a infestação de nematóides que vem devastando as plantações de goiaba irrigada do programa ‘roça comunitária’ desenvolvido no local há mais de 5 anos pela secretaria de agricultura do município.
As explanações referentes ao ataque do fitoparasita à plantação ficaram a cargo do agrônomo da prefeitura Eládio Leite. A primeira parte da aula de campo ocorreu no próprio plantio, ocasião em que os estudantes puderam verificar in loco toda a sintomatologia da praga, além de conhecer na prática noções sobre organismos microscópicos, agrotóxicos, adubação orgânica, fruticultura irrigada, fitotecnica dentre outros itens ligados a biologia.
A segunda etapa do evento que teve como tema o rio Salgado e sua biodiversidade foi desenvolvida pelo professor da turma José Cícero. Às margens do manancial os estudantes confrontaram informações teóricas com constatações de ordem prática e diversas outras informações de cunho ambiental. Temas como desmatamento, poluição hídrica, erosão, assoreamento, mata ciliar, estrutura geológica, tipos de solo, contaminação de defensivos agrícolas e atividades preservacionistas compuseram a pauta final da aula.
Uma radiografia sobre o Rio Salgado -
“Temos 42 km do Salgado percorrendo este município, isso aumenta a nossa responsabilidade no sentido da sua preservação, sobretudo no tocante a prática pedagógica”, explica o professor José Cícero. “Por incrível que pareça ainda temos no município, alunos que mal conhece o Salgado e menos ainda o importante papel que este manancial desempenha no equilíbrio dos ecossistemas”, completa. Portanto, disse ainda, não é nenhum exagero afirmar que o rio Salgado está pedindo socorro.
Alguns sinais como a total ausência de mata ciliar em boa parte do trajeto, as ilhas de areia são evidências diretas do assoreamento, da erosão provocada pelo desmatamento indiscriminado ao longo das suas margens, bem como a sensível diminuição da fauna e flora aquática e da cobertura vegetal do seu entorno. A desobediência ao código florestal que obriga o atendimento a faixa de mata ciliar como área de preservação permanente, por estas bandas é algo a que todos sequer ouviram falar um dia, assevera.
Utilizar o rio Salgado como instrumento de aprendizagem ecológica, ambiental ao que tudo indica, está sendouma experiência das mais produtivas na construção do conhecimento e, por outro lado, bastante apreciada pelo alunado aurorense.

O entusiasmo foi geral. “Isso é ótimo posto que dentro do processo de ensino-aprendizagem a motivação é um item fundamental, diria que meio-caminho andado”. Por esta razão deve virar uma atividade comum nas nossas escolas, além do mais, não podemos permitir que este monumental curso d’água venha a morrer qualquer dia desses, como se o problema não fosse com a gente. Tudo o que diz respeito a natureza, ao meio ambiente, tem muito a ver conosco, finaliza o professor.

A aula de campo é apenas uma das etapas preparatórias para a exposição iconográfica do problema que ocorrerá durante a Semana Cultural que o colégio realizará.O evento terá como tema ‘o rio Salgado e o meio ambiente’.
Os estudantes das duas séries farão relatórios acerca das atividades desenvolvidas. Os melhores trabalhos serão expostos por ocasião da semana cultural, juntamente com imagens, fotografias e outros materiais colhidos no local. Os estudantes participam ainda da elaboração de um vídeo, documentário amador enfocando a importância da descoberta do suposto sítio paleontológico/arqueológico da Massalina na comunidade do sítio Volta, ocorrências também existentes no leito do Salgado a cerca de 23 km da sede do município.

Continuidade das iniciativas este ano
O professor José Cícero assegura que neste ano de 2008, estará estendendo o mesmo projeto de aulas de campo com foco no Salgado e no bioma aurorense também aos seus alunos do Colégio Estadual José Pinto Quezado sob os auspícios do núcleo gestor a frente o diretor prof. Alencar.

In Jornal O Estado
DN e Revista Aurora
16 out. 2007



AURORA: Três pré-candidaturas esquentam a disputa pela sucessão municipal

Muita expectativa e surpresa. São essas as duas marcas que há mais de três meses vêm pontuando o verdadeiro tabuleiro de xadrez em que se transformaram as discussões políticas relacionadas à sucessão municipal em Aurora. Se as eleições fossem hoje três candidaturas estariam postas no rol da disputa. Pelo PSDB o nome que está sendo colocado como pré-candidato a prefeito é o do vereador Adailton Macedo tendo como vice o também vereador e sindicalista Antonio Landim(PSC), ex-membro do Partido dos Trabalhadores. O bloco da situação até o momento está rachado, dividido entre os nomes do atual vice-prefeito Jaime Campos(PSB) e o do ex-prefeito, promotor de Justiça Dr. Alcides Jorge(PDT), o primeiro com o apoio do prefeito Carlos Macedo. Ambos ainda não definiram os seus respectivos companheiros de chapa(os vices). Indefinições que inclusive, aumentam ainda mais o clima de apreensão e incertezas no tocante a corrida sucessora no município.
E como o processo das convenções partidárias se estenderá até o final de junho(entre os dias 10 e 30), daqui até lá muita coisa ainda pode acontecer. Contudo, malgrado a radicalização de ambos os lados, principalmente na ala situacionista, há ainda quem aposte na possibilidade de o grupo decidir por marchar unido, ou seja, marcar posição em torno de uma única candidatura. Pelo andar da carruagem, o difícil para não dizer impossível, será saber quem decidirá ceder com vistas à construção de uma chapa de consenso. O tempo está correndo e o diálogo para tal acordo não evoluiu em nenhum aspecto. O prefeito Carlos Macedo(PSB) por seu turno, deixou claro que não abre mão do seu candidato Jaime Campos. Posição não muito diferente do ex-prefeito Alcides Jorge(PDT). Indubitavelmente são coisas da democracia. Com esta disputa endógena entre PSB e PDT, as oposições se mantêm fortalecidas tornando a corrida sucessória amplamente favorável para si. Muitos, ainda continuam acreditando numa reviravolta(a qualquer momento) com relação ao panorama das pré-candidaturas no município.
O bloco da situação continua sonhando com um acordo que possa viabilizar a formulação de uma candidatura única, enquanto a oposição ri à toa com o verdadeiro imbróglio divisionista em que se encontra mergulhado peessedebistas e pedetistas. Mesmo antes do início do processo das convenções partidárias o PT local já se decidiu pelo apoio a candidatura pedetista, enquanto o PRB fica do lado do PSB e o PMDB fez opção pela pré-candidatura do PSDB. Já o PC do B mais cauteloso, prefere apostar no diálogo de modo que ainda não se definiu em relação ao seu apoiamento prévio antes das discussões internas, até as convenções partidárias previstas para meados de junho. Outras agremiações que também ainda não firmaram posições são: PV, PPS e PP. Especulações à parte, o momento é de intensas conversações e até junho muitas águas ainda haverão de rolar sob a ponte da sucessão política no municipal de Aurora. Por tudo isso, o tema virou de vez o principal assunto debatido pela população nos mais diversos ambientes da sociedade. Por fim, como em política tudo é dinâmico, vislumbrar um cenário definitivo por enquanto, é algo que não se pode esperar em Aurora, pelo menos até o prazo final estabelecido pela Lei Eleitoral; ocasião em que os partidos políticos terão que escolher as suas candidaturas, tanto majoritárias quanto proporcionais. Até lá, nada de afogadilho pode parece possível. A ordem é simplesmente esperar.

Por José Cícero
Revista Aurora