Uns dizeres que vêm lá da Aurora de José Ciço
Do Blog do Mendes de Mossoró
e Lampião Aceso de Sergipe.
Por: José Cícero - Secretário de Cultura de Aurora
José Cícero, Alcino Alves e Bosco André
Fonte: http://lampiaoaceso.blogspot.com e Lampião acesso.
sábado, 3 de novembro de 2012
Tributos que se multiplicam
Por João de Sousa Lima
Passei as últimas horas procurando palavras para falar sobre meu amigo
Alcino Alves Costa e nada chegava a memória, só as lembranças dos bons
momentos que passamos em nossa caminhada nas veredas do sertão na busca
pelas diversas histórias vividas pelos cangaceiros. As lembranças
trazem saudades e as saudades as vezes nos ferem, nos tolhem, nos
esquadrinham. continuo sem achar palavras para definir o que eu sentia
por esse ser humano tão magnifico, tão envolvente e tão leal com suas
amizades.
Por enquanto prefiro calar-me no silêncio da recordação, sentir a tristeza da perda do grande amigo e sofrer a dor da perda que no momento me é tão presente.
Como homenagem a pessoa que era meu amigo Alcino eu repasso as palavras de outro grande amigo que é o Antonio Galdino, do Jornal Folha Sertaneja, que deixou a mais justa impressão sobre esse sertanejo que foi pedaço de nossas vidas e que hoje sua perda arranca esse pedaço e nos deixa ferido, marcas que mesmo todas as lágrimas não nos curaria jamais.
Morre o escritor Alcino Costa, o “caipira de Poço Redondo” Muitas homenagens estão sendo prestadas ao grande escritor
Por Antônio Galdino para o Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA
Por enquanto prefiro calar-me no silêncio da recordação, sentir a tristeza da perda do grande amigo e sofrer a dor da perda que no momento me é tão presente.
Como homenagem a pessoa que era meu amigo Alcino eu repasso as palavras de outro grande amigo que é o Antonio Galdino, do Jornal Folha Sertaneja, que deixou a mais justa impressão sobre esse sertanejo que foi pedaço de nossas vidas e que hoje sua perda arranca esse pedaço e nos deixa ferido, marcas que mesmo todas as lágrimas não nos curaria jamais.
Morre o escritor Alcino Costa, o “caipira de Poço Redondo” Muitas homenagens estão sendo prestadas ao grande escritor
Por Antônio Galdino para o Folha Sertaneja - Paulo Afonso - BA
Não bastasse o dia 02 de novembro ser um dia que remete a lembranças de
perdas dos entes queridos e se torna assim, naturalmente, em um dia
triste, melancólico, este ano ele ainda foi mais doído, especialmente
para os pesquisadores e escritores do tema cangaço que se reúnem em
associações e seminários para estudar o assunto sobre o qual Alcino
Costa, autor de vários livros, era um mestre. No dia 1º de novembro
morreu Alcino Costa, “o caipira de Poço Redondo”.
Era assim que ele gostava de ser chamado. Na verdade, uma homenagem a todos os sertanejos de sua querida Poço Redondo que ele mesmo descreve assim: “Outrora, Poço Redondo era um arruado pertencente ao vasto município de Porto da Folha. Com sua emancipação em 25 de novembro de 1953 quase todas as fazendas nascidas nos escondidos daquelas brenhas caatingueiras passaram a pertencer ao novo município. Dentre elas uma fazenda chamada Pia Nova. Nos idos do cangaço o proprietário da Pia Nova era um caboclo de “boa cepa”, “raiz de braúna”, verdadeira “madeira de lei”, “homem atutanado”, sertanejo de “peso e medida”, chamado Torquato José dos Santos”.
Era assim que ele gostava de ser chamado. Na verdade, uma homenagem a todos os sertanejos de sua querida Poço Redondo que ele mesmo descreve assim: “Outrora, Poço Redondo era um arruado pertencente ao vasto município de Porto da Folha. Com sua emancipação em 25 de novembro de 1953 quase todas as fazendas nascidas nos escondidos daquelas brenhas caatingueiras passaram a pertencer ao novo município. Dentre elas uma fazenda chamada Pia Nova. Nos idos do cangaço o proprietário da Pia Nova era um caboclo de “boa cepa”, “raiz de braúna”, verdadeira “madeira de lei”, “homem atutanado”, sertanejo de “peso e medida”, chamado Torquato José dos Santos”.
João e Ivamildo Silveira e almoço na casa do amigo Alcino.
Hoje a sua Poço Redondo está de luto fechado. E todo o Nordeste chora a sua morte. Os que estudam, pesquisam, debatem sobre o cangaço estão entristecidos, cabisbaixos, melancólicos pelo passagem do companheiro de tantas caminhadas. Aqui em Paulo Afonso, João de Souza Lima, Luiz Ruben, Gilmar Teixeira, Rubinho Lima, Galdino, todos estamos pesarosos.
Conheci Alcino Costa quando, a convite de Manoel Severo, participei do Cariri Cangaço no Crato e região do Cariri cearense. Ali estive, com João de Souza e outros pauloafonsinos pra conhecer alguns dos palestrantes que estariam em Paulo Afonso no Seminário do Centenário de Maria Bonita que estávamos organizando, pelo Departamento de Turismo da Prefeitura e coordenação de João de Souza Lima.
Nesses Seminários em Paulo Afonso conhecemos melhor o grande sertanejo, escritor, ferrenho defensor de suas descobertas sobre o tema.
João e Alcino em uma das últimas fotografias do escritor.
Em todos os momentos ele não conseguiu ficar quieto, fazia intervenções, observava cuidadosamente cada orador e também falava, discutia e saía depois no abraço de todos. Que figura! Há alguns meses foi intenso o cruzamento de mensagens pelos blogs, Facebook, Orkut, dando conta de um momento delicado de sua vida quando passou muitos dias hospitalizado em Aracaju.
Mas ele voltou ao convívio dos amigos. Com limitações, mas voltou. Ao longo de sua vida, recebeu muitas e merecidas homenagens. O Blog Lampião aceso, registra uma delas: “No último seminário "Cariri-Cangaço", precisamente na noite de palestras em Barbalha, Ceará, Ivanildo Silveira através da sua comunidade do Orkut "Lampião Grande Rei do Cangaço", encangada com este Blog, prestou homenagem a quatro baluartes da pesquisa e entre estes estava o MESTRE”.
Kiko Monteiro, Alcino e o filho Rangel Costa
Falando desta grande perda, este blog, que tem 31 páginas sobre Alcino Costa, com textos seus, vídeos, fotos e comentários e homenagens de amigos, mostra o quanto ele era querido: “O Decano de Poço redondo era politico, compositor, pesquisador e escritor de notabilidade especial com o cangaço. Estava em tratamento, combatendo um câncer, mas seu organismo não aguentou, e ele, teve uma parada cardíaca.
Como bem disse o confrade Ivanildo Silveira que nos comunicou o ocorrido "Perdemos um amigo, e os nordestinos perdem um grande escritor, uma grande figura humana, um homem que sabia tudo do sertão, e que gostava de ser chamado de caipira".
Uma das mais recentes homenagens ao historiador do cangaço Alcino Costa foi prestada pelo recém criado Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará, presidido por Ângelo Osmiro.
Também o GECC, através do seu presidente Ângelo Osmiro que, acompanhado dos membros Tomaz, Zeca e João de Souza esteve recentemente em visita à região e na Folha Sertaneja, se manifestou sobre a morte de Alcino: O GECC (Grupo de Estudos do Cangaço do Ceará) lamenta informar o falecimento do confrade e amigo (Sócio Honorário) Alcino Alves Costa. Grande companheiro de muitas jornadas em busca de conhecimentos sobre o cangaço. Alcino passou para um plano superior no dia de ontem. Que o grande "Decano de Poço Redondo" encontre o caminho da luz. ANGELO OSMIRO - Presidente GECC”.
Sobre ele, falou o documentarista Aderbal Nogueira: “Ao longo do tempo conheci várias pessoas nessa andança em busca das histórias do cangaço. Através de Paulo Gastão cheguei à figura de Alcino Alves, em 1997.
Unanimidade não existe, mas Alcino se aproxima dela. Pessoa que cativa a todos que tiveram e tem o prazer de conhecê-lo.
No último 28 de julho de 2012 estivemos mais uma vez na grota de Angico para prestar homenagem às 12 pessoas que lá tombaram em combate. Nessa mesma ocasião fizemos uma visita a Alcino, que encontrava-se adoentado, para prestar-lhe uma justa homenagem a tão brilhante serviço em prol da historiografia do seu sertão natal e, em especial, à história do cangaço”.
Sobre a morte de Alcino, Aderbal Nogueira deixou esta mensagem: “O
Brasil perdeu um grande homem, um grande pesquisador. Os amigos perderam
um irmão. Aquele que estava sempre com um sorriso e o coração aberto
para receber todos aqueles que procuravam conhecer a história do
sertão. Como ele mesmo dizia: ‘Um caipira de Poço Redondo que amava a
sua terra’.
E todos aqueles que visitarem um dia o sertão do São Francisco estarão vigiados por ele. Cuidem bem de sua terra pois é a terra de Alcino Alves Costa”.
João de Souza Lima, também consternado lamenta a perda: “Nós, estudiosos do cangaço, perdemos um amigo, um professor, um mestre. O Nordeste inteiro perdeu um grande cidadão. Perde a cultura sertaneja um dos seus grandes estudiosos”. João esteve recentemente com Alcino que recebeu, autografado, a sua última produção “Maria do Sertão”.
E todos aqueles que visitarem um dia o sertão do São Francisco estarão vigiados por ele. Cuidem bem de sua terra pois é a terra de Alcino Alves Costa”.
João de Souza Lima, também consternado lamenta a perda: “Nós, estudiosos do cangaço, perdemos um amigo, um professor, um mestre. O Nordeste inteiro perdeu um grande cidadão. Perde a cultura sertaneja um dos seus grandes estudiosos”. João esteve recentemente com Alcino que recebeu, autografado, a sua última produção “Maria do Sertão”.
Também a Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço lamentou a perda de
Alcino: “É com pesar que comunicamos o falecimento do sócio ALCINO ALVES
DA COSTA. Aos familiares enviamos nossa palavra de conforto. A perda
para nossa entidade é muito grande, haja vista ter sempre sido um
vigoroso defensor da entidade. Lemuel Rodrigues da Silva - Presidente
SBEC”
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço trouxe as imagens do sertão para um texto em que homenageia o ‘caipira de Poço Redondo’:
“Hoje o sertão amanheceu mais triste! O galo cantou mais rouco e os pássaros, as nhambus e as jaçanãs pareciam gorjear mais tímidos. Hoje o Sertão amanheceu mais triste; seu poeta maior partiu. O sol nascia parecendo trazer uma só dor: A dor daqueles que amaram, amam e sempre amarão um dos seres humanos mais fantásticos que já pisaram o chão tórrido e sofrido da caatinga amada de todos nós.
Manoel Severo, curador do Cariri Cangaço trouxe as imagens do sertão para um texto em que homenageia o ‘caipira de Poço Redondo’:
“Hoje o sertão amanheceu mais triste! O galo cantou mais rouco e os pássaros, as nhambus e as jaçanãs pareciam gorjear mais tímidos. Hoje o Sertão amanheceu mais triste; seu poeta maior partiu. O sol nascia parecendo trazer uma só dor: A dor daqueles que amaram, amam e sempre amarão um dos seres humanos mais fantásticos que já pisaram o chão tórrido e sofrido da caatinga amada de todos nós.
Alcino e Coroné Severo |
Vai Alcino, vai Caipira, vai Decano, tua missão agora é no Céu, não te preocupas porque aqui ficaremos bem; com uma saudade sem tamanho, mas com teu exemplo de amor às coisas de nosso sertão, de amor às pessoas, de amor à vida. Muito obrigado querido amigo Alcino por ter nos permitido compartilhar contigo um exemplo de vida. Todos os momentos vividos a teu lado ficam guardados no fundo do coração, saiba que fez e fará sempre parte de nossas vidas.
Se o teu sertão alegre chora, mas é de felicidade por poder testemunhar a grande festa no Céu. Por lá todos estão falando e cantando:
"Hoje é festa no Céu, chegou o Caipira de Poço Redondo, o Decano do
Sertão, preparem as alpergatas e o xaxado aprumado que o bicho vai pegar
! "Alcino Alves Costa faleceu na noite de quinta-feira em Aracaju,
depois de ter bravamente travado sua última batalha contra o câncer.
A FAMÍLIA Cariri Cangaço SE UNE A DOR DE TODA A FAMÍLIA ENLUTADA E DE TODO O SERTÃO PELA PARTIDA DE NOSSO QUERIDO ALCINO, MAS SABE QUE SERÁ RECEBIDO NO CÉU COMO UM MESTRE; COMO REALMENTE O FOI EM VIDA NESTE MUNDO. Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço”.
Para todos nós, o dia 2 de novembro, dia de finados, foi ainda mais triste.O abraço e a companhia que deixa saudades. A presença sempre marcante.
www.joaodesousalima.com e www.folhasertaneja.com.br
A FAMÍLIA Cariri Cangaço SE UNE A DOR DE TODA A FAMÍLIA ENLUTADA E DE TODO O SERTÃO PELA PARTIDA DE NOSSO QUERIDO ALCINO, MAS SABE QUE SERÁ RECEBIDO NO CÉU COMO UM MESTRE; COMO REALMENTE O FOI EM VIDA NESTE MUNDO. Manoel Severo - Curador do Cariri Cangaço”.
Para todos nós, o dia 2 de novembro, dia de finados, foi ainda mais triste.O abraço e a companhia que deixa saudades. A presença sempre marcante.
www.joaodesousalima.com e www.folhasertaneja.com.br
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