Diante do verdadeiro estardalhaço com que a imprensa
brasileira recebeu recentemente de tapete vermelho estendido a blogueira cubana Yoani Sánchez; uma indagação
nos chama a atenção. Ou quem sabe, neste caso específico, a ausência dela. Quer
seja a necessária pergunta de ‘nós outros’ - A serviço de que e de quem está a
mídia do Brasil?
O que não deve lá ser muito diferente do que ora acontece
pelo resto do mundo, sobretudo nos países alinhados à política dos EUA, inclusive
no tocante a presença da tal blogueira. Como se ver, um clássico shownalismo ianque, cujos interesses no
fundo, não têm nada a ver com construção de democracia, soberania, estado de
direito e liberdade. Visto que, sem muito esforço, num retrospecto histórico,
será possível notar que os governos norte-americanos em geral não dispõem de
tanto cacife moral para estas questões.
Trata-se, portanto, de um verdadeiro Tur mundial financiado(como
alguns dizem) pelas hostes capitalistas à frente os EUA, com o escopo de denegrir e desmoralizar não somente
a imagem histórica da revolução cubana, como igualmente do seu governo socialista recentemente
reafirmado na figura de Raul Castro. Além da ascensão de lideranças populares independentes nas Américas...
Movida por uma gama de argumentos
insustentáveis a blogueira cubana, tenta cumprir o triste papel de golpear a
história de luta e de conquistas do povo de Cuba. Agora mais uma vez, em favor
dos velhos interesses norte-americanos em particular e, do sistema capitalista
em geral. Como quem almeja inutilmente
declarar por fim, a chamada “morte da história”. E não se fale, por favor, no
ditador Fulgêncio Batista, bem como no terrível bloqueio econômico há anos
imposto à Ilha.
Ora, como dizer que não há democracia e nem liberdade de
direito e expressão na Ilha, estando a própria blogueira quase numa campanha a
viajar pelo mundo, criticando e denegrindo
a imagem do governo da sua própria pátria? Tendo morado inclusive na Suíça
por alguns anos? Quem sabe para fazer jus aos beneplácitos do imperialismo...
Ora, é no mínimo suspeito o disparate de querer
desqualificar o alto legado histórico de figuras emblemáticas não apenas para
Cuba, tais como Ernesto Che Guevara, Camilo Cifuengos, Raul e Fidel Castro
dentre outros revolucionários que, inclusive, muitos deles, pagaram com a
própria vida o sagrado direito à liberdade e a independência política.
Por que aqueles que colocam a nu a verdade acerca dos crimes
e dos desmandos dos EUA e cia não dispõem do mesmo espaço na imprensa mundial?
Por que os grandes líderes dos povos oprimidos pelo mundo afora, assim como os
intelectuais que se opõem a política americana não conseguem canais, tampouco o
mesmo tempo de exposição midiática para expor suas idéias e tais ‘verdades inconvenientes’?
Como é possível perceber, há muita farsa nisso tudo. E a da
Yoani Sánchez é apenas mais uma delas. É
preciso, por conseguinte, que todos estejam atentos para o desenrolar deste
velho jogo de cartas marcadas. E assim, puderem decerto distinguir o jóio do
trigo. Acaso, o que Yoani pensa acerca do território cubano de Guantánamo há
anos dominado pelos EUA e que lá mantêm uma base militar?
Da Costa Rica, de El Salvador, de Honduras, do Iraque, do
Afeganistão, da militarização da nossa Amazônia, do financiamento bélico de
Israel para massacrar o povo Palestino dentre outros desmandos e intromissão da
política norte-americana no plano geopolítico internacional? Enfim, perguntas
básicas que, curiosamente, os jornalistas não somente brasileiros esqueceram de
perguntar à blogueira pop star. Por
que não falam por exemplo, nos altos índices alcançados no sistema de saúde, de
educação, na longevidade dos cubanos que são modelos invejáveis para o mundo?
A propósito, onde há mais liberdade em Cuba com Yoani
passeando pelo mundo a criticar ferrenhamente o governo cubano, ou na embaixada
do equador em Londres onde se encontra refugiado há sete meses o fundador do
WikiLeaks, Julian Assange, por denunciar e publicar na internet coisas
horríveis dos governos capitalistas?
No fundo “eles” têm medo de fato é da eleição de governos
corajosos e independentes na América Latina e alhures, tais como vem ocorrendo
com Raul em Cuba, Hugo Chávez na Venezuela, Evo Morales
na Bolívia, Correa no Equador, Ortega na Nicarágua, Lula e Dilma no Brasil entre outros.
De resto, quem se alia aos interesses espúrios dos EUA, por
tudo que já sofreu o povo cubano, não pode ter moral sequer para criticar a
ilha. Principalmente em se tratando de matérias do naipe de democracia,
liberdade e soberania para a autonomia dos povos.
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