quarta-feira, 22 de setembro de 2010

ELEIÇÕES: A política da indiferença nossa de cada dia*

Por José Cícero
Não resta dúvida de que as eleições deste ano serão por demais atípicas. Por uma série de motivos e outras razões objetivas todas inerentes a própria conjuntura social em cuja vertente o atual processo político do Brasil se desenrola.
Num primeiro momento, por força das injunções sociais, como resultante da evolução da sociedade assim como das suas instituições. Depois, pelas constantes medidas que impulsionaram para melhor o conjunto de leis que regulamenta e disciplina a disputa. E, muito especialmente, a chamada Lei da Ficha Limpa que, malgrado suas deficiências momentâneas terminou por impactar de maneira positiva todo o processo eleitoral vigente.
Isso por sua vez, acabou por criar uma verdadeira onda de complicações e dificuldades aos candidatos, sobretudo os chamados ‘carreiristas e pára-quedistas de plantão’, tanto quanto aos espertalhões que se aproveitando das suas condições financeiras têm conseguido por sucessivas eleições comprar, literalmente, seus mandatos. Fazendo assim, como no passado, deste ato(eleição) por excelência democrático, uma pantomima vergonhosa e fajuta.
As candidaturas financiadas também, ao que tudo indica sofreram um grande baque. De modo que, a crise financeira acabou por dá um notório diferencial às eleições de outubro.
A sociedade, assim como as suas instituições, agora têm olhos de lince. Eis a razão de todo o medo dos candidatos acostumados ao ilícito, a desfaçatez e o faz-de-conta.
Ainda não é possível saber ao certo a que resultado prático e satisfatório estas inovações nos levarão. Contudo, uma coisa já pode ser dada como tácita: os que se acostumaram ao infeliz expediente da compra de voto, agora terão que pagar um alto preço por não terem escolhido há tempo, outro caminho, isto é, o da lei.
É bem verdade que a sociedade brasileira, não apenas dos grotões interioranos, ainda não alcançou um nível satisfatório no quesito consciência política. O que por conta deste fato, ainda haveremos de presenciar eleições bizarras como num passado recente, a exemplo de figuras que por estarem de algum modo presentes na mídia-marrom (muitos deles à serviços do emburrecimento popular) conseguem com relativa facilidade abocanhar cifras astronômicas de votos junto ao eleitorado brasileiro. Por sinal os menos esclarecidos. O que mesmo sendo um acontecimento assegurado pela democracia, não deixa de ser absolutamente lamentável. Posto que só evidencia o baixo nível de educação política da maioria do nosso povo.
Há quem se admire por constatar toda a frieza dessas eleições. Isto é um fato. Da minha parte, temo que esta suposta indiferença possa redundar num elevado grau de desinteresse, o que por sua vez poderá piorara ainda mais o atual nível da escolha e sua consequente representatividade, bem como o quantitativo de abstenção que, aliás, a cada eleição só tem crescido.
Simplesmente porque, quando isso acontece, quase sempre favorece os políticos da banda podre. Os corruptos e enganadores da consciência do país. E mais uma vez, os mais pobres é que deverão fatalmente arcar com o maior prejuízo.
Por tudo isso é que caberá a todos nós, não apenas procurar votar certo, mas principalmente fazer a nossa parte. Dando, por conseguinte, nossa parcela de contribuição no sentido de persuadir todos os demais, quanto à questão da importância fundamental que tem o voto para o futuro da nação.
Tudo o mais além desta realidade é pura balela. Discursos vazios e maquiados com a intenção precípua de ludibriar novamente os brasileiros.
A ninguém, portanto, é dado o direito de permanecer indiferente diante da realidade social por que passa o país; sem procurar nestas eleições fazer algo no mínimo diferente.
Pois a omissão é uma conivência enorme e vergonhosa. E caso alguém ainda afirme que não gosta de eleição ou de política, não poderá vir a reclamar mais tarde do tipo de política suja que os corruptos e ladrões da consciência humana continuarão fazendo por nós.
Não há mais tempo a perder. Temos que votar... E votar correto e consciente é algo urgente e imperioso para a efetiva construção de uma sociedade nova, digna, justa, próspera e soberana para todos.
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(*)Prof. José Cícero
Secretário de Cultura
Aurora - CE.
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