segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Aurora: perspectiva sócio-cultural de um novo tempo agora

Tradicionalmente o município de Aurora tem-se notabilizado no cenário artístico do Ceará, do Nordeste e por que não dizer do Brasil, como um verdadeiro celeiro de uma das mais autênticas riquezas culturais do interior brasileiro. Com uma vertente por demais variada, indo da literatura à música, da escultura às artes plásticas, do artesanato à culinária, assim como do repentismo poético(violeiro) ao reisado e aos penitentes da Ordem Santa Cruz. Todos esses valorem compõem o verdadeiro caleidoscópio das preciosidades sócio-culturais do município, de onde não se exclui a enorme diversidade de outros gêneros da cultura popular que juntos, compõem todo o conjunto das manifestações tradicionais peculiares ao cotidiano da gente aurorense.
No entanto, o abandono em que se encontra relegado velhas tradições que no passado fizeram a alegria e a diversão de gerações inteiras como: a dança do coco, o reisado, o bumba-meu-boi, o maneiro-pau, as pastorinhas, o forró de pé de serra, o xaxado, a literatura de cordel, dentre outras, encontram-se hoje quase que completamente esquecidas pelas pessoas consideradas de meia-idade e, praticamente inexistente para os mais jovens que compõem a geração do presente. De tal maneira, não constitui nenhum exagero afirmar que parte considerável das antigas manifestações da cultura popular de Aurora ou já desapareceu ou encontra-se num acelerado processo de extinção, rumo ao esquecimento total. Uma vez que aqueles que eram possuidores deste conhecimento oral, já estejam quase todos falecidos. E como não houve nenhum trabalho de registro e preservação deste patrimônio imaterial pouco coisa ainda resta a fazer neste sentido.
O mesmo acontece com o patrimônio arquitetônico de onde se destacam o Casarão do Cel. Xavier de 1831, a antiga residência da brava matriarca Marica Macedo, o prédio da Estação Ferroviária de 1920, incluindo o de Ingazeiras, juntamente com as residências do Agente da Reffesa da sede e do citado distrito. Todo este patrimônio precisa ser recuperado e tombado(enquanto há tempo) segundo as normas que regem os mecanismos de defesa e preservação do patrimônio histórico e arquitetônico, tanto em nível de estado quanto da própria União.
Um trabalho rigoroso com esta perspectiva prervacionista pode inclusive gerar divisas não apenas no sentido da preservação da memória histórica, mas principalmente no aspecto do turismo local que também precisa ser iniciado. Atualmente nenhum município pode abrir mão desta ferramenta fundamental para melhorar sua economia, investindo na cultura, dando maior visibilidade às ações administrativas lá fora por meio do desenvolvimento das suas atividades turísticas. Não importa se estamos apenas começando, é preciso que para tudo tenhamos uma visão de futuro. Nenhuma ação imediatista funciona bem, quando o negócio é o empreendedorismo, sobretudo no contexto público-municipal.
Por conseguinte, com a implementação de uma política voltada para este setor é possível que Aurora passe a ocupar de vez um lugar de destaque e que tanto merece no cenário regional do Cariri e quiçá no Ceará. Já que potencial para isso possuir de sobra...
O fenômeno relacionado à figura da Mártir Francisca, conhecida no além-fronteira como “A santa Popular de Aurora” constitui um outro aspecto fundamental para a projeção de Aurora e o desenvolvimento do chamado turismo religioso no contexto regional. Mesmo sem nenhum trabalho voltado para o setor(até agora 27/10/08) por parte do poder público, a história da mártir correu o mundo, ao ponto de serem muitas as caravanas de curiosos, devotos e fiéis que vêm todos os anos visitar a capelinha da ‘Santa’. O primeiro passo seria dotar o local de visitação de uma infra-estrutura mínima necessária, proporcionando mais conforto, comodidade e bem-estar aos visitantes. O turismo religioso é outro item propulsor de desenvolvimento de qualquer cidade que preze pela modernidade. Creio que em Aurora não poderia ser diferente.
Por outro lado, temos ainda cerca de 42 km do rio Salgado(o maior rio da região) cortando Aurora de uma ponta a outra. Com a viabilidade do projeto de Transposição do São Francisco que usará o percurso do Salgado como calha natural, ajudará em muito um possível projeto de desenvolvimento voltado para o turismo ecológico em várias partes do rio onde os atrativos naturais são preponderantes. Para tanto, faz-se mister certo investimento no tocante a infra-estrutura de acesso. Para citar apenas alguns dos muitos atrativos naturais do manancial salgadiano: a aprazível vista da ponte; os mergulhos nas suas diversas barragens; o banho e o panorama proporcionado pelo Poço do Meio, o insólito suposto sítio arqueológico da Massalina(sítio Volta), a promoção de pescaria esportiva e controlada em quase todo o seu percurso, etc. Tudo isso, por outro lado, facilitaria o desperta para a necessidade de uma efetiva consciência ecológica atrelada a uma visão mais responsável no tocante à preservação dos recursos naturais do Salgado e por extensão, de todo o bioma aurorense por parte da população. Também é digno, tanto de preservação, quanto de aproveitamento turístico a enigmática necrópole conhecida sob a denominação de Cemitério da Bailarina situada no sítio Carro-quebrado na região de Antas. Enigmáticos resquícios de sepultamentos clandestinos que remontam possivelmente do século XVII.(ver matéria especial publicada na Revista Aurora nº 01/07).
Um município com o potencial cultural de Aurora não pode se dá ao luxo de prescindir de um centro cultural, de um museu, de oficinas de artes e ofícios, de um núcleo de exposição permanente, de uma central de artesanato, de uma biblioteca que seja modelo e referência para o Cariri, enfim de uma política de cultura realmente “agressiva” que possa mostrar aos próprios aurorenses e ao Brasil o que o município tem de melhor nesta área. É inconcebível que tenhamos ainda jovens que sequer já ouviram falar em Hermenegildo de Sá Cavalcante, Jaime de Alencar Araripe, Nêgo Simplício, Serra Azul, Marica Macedo, Padre Francisco França, Padre Luna, Amarílio Gonçalves e tantas outras figuras importantes desta terra. Ainda, muito pouco ou quase nada conheçam acerca da história de luta e formação deste núcleo urbano. Todavia, conhecem de cor e com riquezas de detalhes Madona, Xuxa, Michael Jackson, Tiririca, Bola de Fogo, Ronaldinho Gaúcho e por aí vai...Convenhamos, não podemos permanecer impassível perante esta inversão de valores a cada dia mais crescente. Antes de se estudar o rio Nilo, Tigre e Amazonas por exemplo; é imperioso conhecer o rio Salgado, o Jaguaribe, o riacho do Jenipapeiro, dos Porcos, o açude Cachoeira, o Orós, o Castalhão, a Massalina, o bouqueirão, o olho d'água de Vinô, etc... de modo que o universal precisa começar de fato, por nosso quintal.
Esta constatação também está umbilicalmente atrelada a forma como temos tratados historicamente as nossas riquezas culturais(tradição, o folclore, os saberes do senso-comum) e, por conseqüência o tratamento que se tem oferecido aos nossos valores(os artistas e artesãos). Penso que a própria escola( no seu atual modelo engessador de novas idéias) e, sobretudo a sua metodologia estanque tem ajudado no atual emaranhado destas nossas contradições.
Pois uma cultura de verdade não se cria. Vive-se e se preserva. Ao passo que a cultura é a própria identidade de um povo, sem ela, não se é ninguém... Assim como um povo sem história nunca pode sequer se imaginar no esteio do futuro. Portanto, para que estejamos definitivamente situados no tempo e no espaço por intermédio desta nave cósmica que é a terra, levitando no éter espacial da via-láctea universal no seu eterno itinerário expansionista, precisamos desta visão holística; só nos proporcionada pela consciência plena dos nossos verdadeiros valores sócio-culturais, ambientais e humanistas. É preciso conhecer para viver uma cultura de verdade, sob pena de não sermos ninguém. Ou quem sabe, apenas mais um, perdido para sempre numa massa amorfa que não pensa e não vive por si mesma. Chega, de se viver e consumir gregariamente o que não é nosso.
Por isso acreditamos que Aurora daqui para frente resistirá à tentação. Ou pelo menos se esforçará para isso. Optando por viver e construir um novo tempo cultural para sua gente, com o mesmo entusiasmo de quem constrói uma aventura para uma vida inteira.
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José Cícero -
Professor, pesquisador, poeta e escritor.
Editor da Revista Aurora
Aurora – CE.

domingo, 26 de outubro de 2008

Aurora, uma vitória para entrar para a história

A cidade de Aurora que já deu sinais da sua estreita relação de boa vizinhança com a democracia nas eleições de outubro, vivenciará agora (a partir de janeiro) um novo tempo, um momento dos mais afirmativos da sua história política dos últimos anos. E há razões de sobra para isso. Das mais elementares até as mais alvissareiras e promissoras, hão de impulsionar os aurorenses na sua absoluta maioria, novamente a acreditar na perspectiva de uma Aurora possível. De uma Aurora essencialmente democrática, comprometida com os mais altos sentimentos de civilidade, justiça social e paz. Uma amálgama de gestos e sentimentos em torno do qual sua gente decidiu confiar mudando seus destinos ao sufragar nas urnas os nomes de Adailton e Antonio Landim como prefeito e vice. Mas o que teve de heróico nesta decisão? Afinal de contas, toda processo eleitoral em tese terá fatalmente que apresentar um vencedor. Em tese! Porque do ponto de vista prático, em Aurora tudo ocorreu de modo diferente... Contrariando o convencional, a população radicalizou optando pelos caminhos das mudanças. Ao se permitir mudar de opinião. Vias de regra, há quem até pouco tempo imaginasse que o ‘poder de fogo’ da máquina situacionista fosse algo insuperavelmente demolidor. Inclusive, que a vontade do povo embasada nos princípios democráticos dependesse único e exclusivamente desse poder imaginável.
Os aurorenses provaram assim de maneira tácita e inequívoca que a partir de agora o poder da razão vale mais que a força do poder. Eis aí o diferencial dos mais elogiáveis que ocorrera na eleição da “rainha do Salgado”. No mais, nunca é exagero ressaltar que, todas às vezes que se fez preciso reagir para salvar-se a si mesma, Aurora soube dá o exemplo da maneira mais altiva e resoluta possível. Impondo-se pela força monumental do voto livre e soberano, fazendo-o de arma para assim derrotar os poderosos. Aqueles que embebidos pelo poder político e sem compreender a dinâmica imutável da sua transitoriedade, permitiram-se o tempo todo brincar de Deus, como se olhassem do alto, a população com a particular indiferença que se têm às formiguinhas. Por tudo isso, digamos ser Aurora não por mero capricho da sorte, mas por puro instinto de sobrevivência, a mais autêntica fênix do Cariri.
Indubitavelmente, a vitória de Adailton e Antonio Landim constituiu-se num fato extremamente memorável, quando fora possível vislumbrar dois campos diametralmente opostos; em todos os aspectos que se queira considerar. Não obstante, todas essas nuances que, aliás, se tornara verdadeira praxe nacional, cumpre destacar que nenhuma força, sobretudo em se tratando de política poderá suplantar a vontade popular. Esta constatação ficou evidente de uma vez por todas, nas eleições de outubro quando Aurora de uma forma quase heróica optou pela raia da mudança, numa autêntica manifestação das mais lisonjeiras e entusiasmadas. Ao passo que expressou por completo, o sentimento de uma gente decidida, consciente dos seus objetivos e, com este gesto democrático conseguira gritar se fazendo ouvir pelos que sempre subestimaram sua capacidade de decisão muito mais do que a de se indignar. O recado das urnas, portanto, não tem meio-termo, é quase uma sentença de granito: Aurora não se deixará nunca mais ser escrava de ninguém.
Este recado, portanto, mais que a expressão de um povo feliz, consciente e decidido naquilo que pensa, busca e realiza, vez que nunca perdeu de vista a capacidade de lutar pela utopia dos dias melhores; que a um só tempo, constituem a própria ânsia de uma coletividade comprometida com o novo amanhã de uma terra, cujo futuro há muito, vem se constituindo na sua própria razão de ser. De tal sorte que o sonho de um futuro promissor representa por si só os interesses mais imediatos da boa gente aurorense. Neste sentido, é notório afirmar que as responsabilidades a serem enfrentadas pelo prefeito eleito, aumentam proporcionalmente na razão direta da expectativa com que a municipalidade espera de um gestor jovem, eleito pela primeira vez, corajoso e diferente. Aos novatos, é como se não lhes fosse dado sequer o direito de errar. Como se neste caso, errar definitivamente, não pertencesse à esfera humana. O ato de governar para os chamados “marinheiros de primeira viagem” parece exigir muito mais que só perícia, inteligência e ousadia, como seria natural, mas sobretudo, exigirá quem sabe, uma conexão quase holística e mais direta com os deuses do Olimpo.
Mas, digamos, contudo, que essa despretensiosa consideração subjetiva deste artigo de opinião não passe de uma mera temeridade, ‘folclore’ como se costuma dizer por estas bandas... No entanto, ciência política é algo, cujos resultados práticos dependem muito mais da maneira e da disposição com que as pessoas resolvem se doar à questão do bem servir como uma alternativa de transformação da sociedade, muito mais do que o simples fato de gerenciar o bem público e com eles, os problemas, as contradições e os interesses às vezes espúrios(com raras exceções) de uma minoria inteiramente descompromissada com o social.
Quanto à questão de Aurora, o novo prefeito muito antes da campanha ir às ruas, deu provas suficientes da sua vontade de realizar o melhor por sua gente. Tem, por conta disso, cacife de sobra para trabalhar sob a insígnia da fé e a disposição de sempre travar o bom-combate. Seus sucessivos mandatos no legislativo foram por asim dizer indicativos que o credenciaram para a conquista do executivo com tal brilhantismo que só possuem os grandes líderes.
Ao priorizar sua campanha no exercício da ética, nas idéias propositivas e na tolerância, aliás, uma coisa nova na política de Aurora, Adailton Macedo conseguira conquistar parcelas importantes da sociedade, em especial, a juventude, formadores de opinião, professores, dentre outros. Ressalte-se igualmente, a aliança que fez com o agora vice prefeito eleito, o sindicalista Antonio Landim, ex-vereador do PT e presidente do STR de Aurora. Por fim, a eleição desta dupla, representa um compromisso selado com os interesses dos que durante anos a fio permaneceram na chamada margem da história. Principalmente aqueles que a sociologia política contemporânea convencionou denominar por uma questão quase didática de “carentes, oprimidos, injustiçados ou marginalizados socialmente”. E que ninguém nunca mais cometa a bobagem de querer subestimar a capacidade de reação da nossa gente. Pois, na história da humanidade, todas às vezes que o poder conseguiu subir a cabeça de qualquer líder, os seus liderados tomaram-no de volta. Na história da civilização humana, portanto, esta assertiva tem se transformado quase num axioma. Algo realmente insofismável... Daí a importância de se está sempre aberto a aprender dialeticamente com os bons exemplos da história.
No entanto, haveremos de convir: Aurora precisa muito mais que apenas isso. É preciso, num ato premente e sem mais delongas, recuperar o tempo perdido. Mas, diga-se de passagem, que qualquer forma de mudança tem que ser implementada não como um tratamento de choque, porém com uma base excessivamente prática, inteligente e ousada. Numa investida que se concentre e que tenha como foco o cerne dos problemas fundamentais que não se perda em medidas avulsas dispersas, episódicas, inoperantes e paliativas. Um governo que priorize os resultados, que tenha como norte, uma visão larga e consciente dos seus objetivos mais sublimes, sintonizados com o anseios do povo. Um governo que consiga enxergar e apostar sempre no novo como um caminho aberto às possibilidades. Que aposte sem medo no saber e na construção efetiva do conhecimento como um eficaz instrumento de transformação da sociedade. Que veja na educação, saúde e cultura a certeza de dias melhores. Um governo que na prática, muito mais que nas aparências, priorize a essência de todas as coisas, bem como as boas idéias para o engrandecimento das suas ações administrativas e da vida social como um todo. Que assimile com a mais absoluta racionalidade e austeridade o direcionamento dos recursos públicos com a convicção de que se trata de investimento no futuro e não como meros gastos sem significação algum.
Isso porque governar, acima de tudo, é encarar o presente não pelo ângulo das dificuldades simplesmente, porém como uma grande chance de mudar para melhor a vida e a própria história de uma geração inteira. Tudo isso será possível quando existe a vontade, a coragem e a determinação de se construir o novo. Pois como diria o poeta, o que importa de verdade é um novo jeito de caminhar.
Caminhemos então, todos juntos, sem vacilações, rumo à Aurora dos nossos sonhos.
Por José Cícero
Professor, pesquisador e escritor
Editor da Revista Aurora
Aurora – CE.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

AURORA: Pesquisadores da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço(SBEC) são recebidos por representantes da Revista Aurora


Na manhã do último domingo, 19 a Revista Aurora a frente o seu editor e redator José Cícero juntamente com os professores Ronaldo Santos e Luiz Domingos recebeu a equipe de pesquisadores da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço(SBEC) com sede na cidade de Mossoró no Rio Grande do Norte. Pouco mais de dez pesquisadores estiveram em Aurora no sentido de visitar alguns dos locais frequentados por Lampião quando das suas passagens pelo município salgadiano. Dentre os locais visitados pela SBEC destacam-se o sítio Ipueiras( onde ocorreu a tentativa de envenenamento e emboscada do rei do cangaço e seu bando), o sítio Ribeiro(local do confronto entre os cangaceiros e a volante do Governo), além do antigo prédio da estação ferroviária onde aconteceu o célebre assassinato de um dos maiores coiteiros do rei do Cangaço no Cariri, Izaías Arruda. A equipe da SBEC esteve representada pelo seu fundador e presidente de honra o escritor e pesquisador pernambucano radicado em Mossoró Dr. Paulo Gastão, o professor e historiador da UFCG de Cajazeiras-PB Francisco Pereira, A drª Francisca Martins, neta do cangaceiro Sabino Gomes, o pesquisador e poeta Kydelmir Dantas, além de outros intelectuais integrantes da imensa plêiade dos estudos lampiônicos. A primeira parada da equipe da SBEC se deu na residência do Sr. José Bernardo atual proprietário da histórica fazenda Ipueiras que antes pertenceu Zé Cardoso e Izaías Arruda.
Reportagem para a Revista Aurora:
Na oportunidade, o professor José Cícero, aproveitou para distribuir aos pesquisadores o mais recente número da revista Aurora juntamente com sua última obra “Enxada, Foice e Suor”. Além disso, realizou uma série de entrevistas com alguns integrantes da SBEC com vistas à reportagem especial que a Revista está preparando para a próxima edição, dando continuidade a pesquisa referente a passagem de Lampião pelas terras aurorenses. A próxima edição da RA está prevista para meados de janeiro. “Estamos concentrando esforços no sentido de que a nossa Revista Aurora possa a partir de então ter uma periodicidade garantida. Vida longa como desejamos. Acreditando que desta feita os mecenas aurorenses compreendam a importância do nosso esforço e, sobretudo deste projeto científico-literário e jornalístico”, explicou o editor. “Cremos que de agora em diante, não haverá mais espaço para as velhas incompreensões. Porque novos tempos são sempre propícios às boas idéias. A visita da SBEC à terrinha é uma constatação inequívoca do enorme potencial histórico e cultural deste município. Coisa que a Revista Aurora já vinha insistindo desde o seu número de estréia”, finalizou.
Durante a visita, os pesquisadores da SBEC em conversações com José Cícero também confirmaram a disposição da entidade em realizar o 2º Seminário sobre o Cangaço na terra do Menino Deus. A proposta será discutida com o prefeito eleito Adailton Macedo logo após sua posse que acontece em janeiro, ponderou o redator.
Seminário do Cangaço:
Durante todo o sábado, 18 a SBEC havia realizado em Cajazeiras - PB o 1º Seminário do Cangaço daquele município, sob o tema: Lampião, Cangaço e Nordeste. Oportunidade em que foram divulgadas tanto a cidade paraibana, quanto a pesquisa e discussão acerca do Cangaço e a Cultura nordestina de um modo geral. O evento contou ainda na sua programação, com mostra e feira de livros, palestras, debates, apresentações culturais e passeio histórico por algumas das ruas de Cajazeiras por onde Lampião e seu bando passaram em confronto com adversários e desafetos.
Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço - SBEC:
A Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço foi fundada em 13 de junho de 1993, data do aniversário que relembra a entrada de Lampião e seu bando na cidade de Mossoró -RN. É uma entidade sem fins lucrativos que coordena um maior entrosamento entre os pesquisadores, escritores e artistas brasileiros que estudam e divulgam não somente o cangaço, mas o Nordeste como um todo.
Assuntos como Cangaço, Coluna Prestes, Canudos, revoltas: Praieira, Balaiada, Cabanagem e Quebra-Quilos, Canudos, Calderão; Juazeiro, Padre Cícero, Delmiro Gouveia e o progresso do nordeste, Quilombos, movimentos messiânicos, Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Jackson do Pandeiro e a Música Popular Nordestina; a Cultura e a Arte nordestinas são prioridades nos estatutos da SBEC para o debate e a divulgação em eventos espalhados pelo Brasil e o exterior. A entidade é composta por: Escritores, Pesquisadores, Poetas, intelectuais e alunos que se interessam pela pesquisa hitórico-sociológica do Nordeste e do Brasil.
Depoimentos de alguns representantes da SBEC:
“Queremos fazem com que os jovens conheçam, estudem e compreendam a história do Nordeste e do Cangaço, disse o professor paraibano Francisco Pereira”.
O papel da SBEC é congregar cada vez um número de pessoas que estejam dispostas a estudar as nossas origens... Eu me sinto extremamente satisfeito por está pela primeira vez em Aurora. Passei muitas vezes pela BR 116 e sempre quis vir a Aurora.
Então Aurora representa a definição que corre o mundo de que foi daqui pela mente do Izaías Arruda que tudo se formou com o Zé Cardoso e o Massilon. Este último teria sido o grande informante sobre o núcleo urbano de Mossoró. As notícias que o Massilon traziam eram de que aquela cidade já era grande, com iluminação, calçamento e banco. Mas a primeira a ser atacada foi Apodi(maio), depois é que foi Mossoró em 13 de junho de 1927. Era Massilon da Aurora, o homem que conhecia os caminhos e as pessoas consideradas ricas, quem era importante e quem não era”, afirmou Paulo Gastão.
Estar em Aurora é plantarmos uma semente e depois verificarmos como que nós ao sairmos daqui vamos dizer o que levamos: A boa acolhida, o aspecto da cidade em si nos pontos que nós conhecemos e, vamos ver como podemos dizer aos outros: 'vá para Aurora e experimente do que eu experimentei'. Gostaríamos de criarmos um ele de ligação entre Aurora com o seu povo e sua história para que os outros que estão lá fora e não sabem da pontecialidade aqui existente tome conhecimento deste fato. Então é preciso que haja a confirmação inicial no sentido de que Aurora não pode e não deve em momento algum esquecer de um trabalho profícuo de resgate da nossa própria história. Nós não podemos cometer erros como cometeu o Americano que quando perdeu a guerra do Vietnã passou a escrever seus livros afirmando que havia ganhado. Vamos escrever nossos livros e não esquecer de que houver Cangaço... Não vamos deixar de exaltar, por exemplo, a figura de Conselheiro, a partir de Quixaramobim no Ceará. Um homem que aglutinou os pobres nordestinos e sertanejos. A nossa defesa tem que ser intransigente da nossa terra, da nossa cultura; mostrando aquilo que deve ser mostrado. Sinto-me muito satisfeito, por ter sido bem recebido aqui em Aurora como ontem fui em Cajazeiras.
Ipueiras: estou fazendo um trabalho intitulado a geografia do cangaço ou a geo-história. "Nós estamos plantando uma semente aqui em Aurora e você vai ser o homem que vai agua-lá. Vou sai daqui fortalecido, engrandecido com o conhecimento que adquiri. Cheguei um ‘cabra do Mobral’ e saio um doutor"... concluiu.
Kydelmir Dantas – "Não vemos Lampião nem como bandido nem com o herói, mas como história. Estamos hoje em Aurora para conhecer por onde passou o bando de Lampião, com quem manteve contato, quem deu apoio, pois a partir daqui é que saiu toda a trama para o ataque a Mossoró no dia 13 de julho de 1927... Não se pode dissociar o cangaço do coronelismo, da música popular nordestina, da coluna Prestes, da literatura do Cordel, enfim de um grande leque em que está ligada a SBEC. Uma entidade consolidada até internacionalmente há 15 anos, já que temos mais de cem sócios espalhados pelo Brasil e pelo exterior que se preocupam em estudar os temas relacionados a pesquisar e a divulgação da história, a geografia e sociologia do Nordeste, disse.
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Por: José Cícero - In Revista Aurora
Aurora – CE.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

AURORA: População retorna às ruas para comemorar em alto estilo a vitória de ADAILTON e ANTONIO LANDIM.


Depois de uma campanha das mais acirradas os aurorenses agora se preparam para a grande festa da vitória prevista para domingo 19. Mas as comemorações não param por aí, posto que às 18 h acontece uma grande carreata saindo da vila Paulo Gonçalves percorrendo as principais ruas da cidade, culminando com um ato público na praça da matriz seguido de show musical franqueado à população. Tais manifestações em que pese o grande entusiasmo popular, marcarão de maneira apoteótica a eleição do prefeito Adailton Macedo(PSDB) e do seu companheiro de chapa, Antonio Landim(PSC) à prefeitura de Aurora. Um fato que a um só tempo representa contentamento social e uma virada na história política do município.

O desejo do povo foi de fato, construir o novo

A coligação vitoriosa que recebera a sugestiva denominação de “o povo construindo o novo” encabeçada pelos partidos PSDB, PSC, PMDB, DEM e PMN marcou as eleições deste ano, não apenas pelo quesito organização, mas sobretudo pela derrota que imprimiu à candidatura da situação apoiada que foi pelo atual prefeito de Aurora. Outro item digno de destaque, diz respeito ao estilo ético-político assumido durante a campanha pautado na ética, no respeito e na tolerância. Estes foram apenas alguns dos atributos empreendidos desde o princípio, pelo candidato eleito Adailton Macedo. “Nossa candidatura primou, pela organização, pela inteligência e pelo conjunto de propostas qualitativas oferecidas como projeto para melhorar a nossa Aurora. Foi, portanto, uma campanha essencialmente proporsitiva, ética, consciente e respeitosa, pois o nosso povo merece sempre o melhor”, explicou o candidato eleito. “A partir de janeiro iremos fazer uma administração das mais democráticas, operosas e participativas voltada para o social na busca de melhores dias para nossa gente”, finalizou.

Uma vitória realmente incontestável

Com uma maioria de 892 sufrágios, o candidato do PSDB derrotou seu opositor, mesmo este último contando com o apóio irrestrito do atual gestor, numa prova inconteste de que o sentimento de mudanças e renovação foi o tempo todo, uma constante não apenas nas manifestações populares ocorridas em todos os quadrantes do município, como também agora, ante o resultado insofismável expresso através das urnas.

Com cerca de 8.293 votos recebidos, 52,84% dos votos válidos, além de ter sido da sua coligação o vereador mais votado – Chico Henrique(PMDB) com 1.362 votos. O que só veio corroborar a evidência daquilo que há muito demonstrara em alto e bom som, o eco mudancista das ruas, bem como dos rincões mais distantes das paragens salgadianas do Cariri. A ânsia popular por mudanças e renovação foi uma constante desde o primeiro dia de campanha, afirmou a assessoria do candidato eleito.
Adailton Macêdo assumirá em janeiro os destinos da sua terra. Um imenso desafio para quem, pela primeira vez terá que enfrentar uma série de problemas de cunho social, econômico-financeiro e de infra-estrura.

Verdadeira Onda Azul invadiu Aurora

Logo após a vitória do novo prefeito, uma verdadeira onda de alegria e contentamento tomou conta de Aurora de uma ponta à outra. O azul, que se tornou oficialmente o colorido da campanha, agora se faz cada vez mais presente, desde a sede aos distritos da zona rural. De modo que, virou de vez como dizem: “a cor da esperança”. A expectativa é de que a festa deste domingo deva se transformar num ato público e festivo dos mais concorridos desses últimos anos, a julgar pela maneira entusiástica com que a população está a aguarda o evento. Várias autoridades, lideranças políticas de Aurora e região, além dos vereadores eleitos e correligionários da dupla vitoriosa já confirmaram presenças na festa que terá a animação das renomadas bandas de forró: Namoro Novo e Arreios de Ouro. “Esta não será apenas a festa da vitória, mas principalmente, a festa da história”, assegurou a organização.

Histórica vitória construída aos poucos pela força do povo

Toda a população está sendo convidada a participar do ato comemorativo da vitória - momento especial em que os aurorenses celebrarão mais que um instante meramente festivo, mas, especialmente, o marco inicial de um tempo novo. Quem sabe, o primeiro gesto expresso de um povo altivo, sempre presente, abraçado à esperança, toda vez que se fizera necessário lutar. Um compromisso, portanto, claramente selado com o futuro e o bom-senso em nome da justiça social, muito mais que com a simples caridade. Com a democracia, muito mais que com a boa-vontade simplesmente. Com a cidadania muito mais que com o casuísmo das velhas e temerárias circunstâncias. Tudo isso porque agora em Aurora, a força do povo se corporificou num ato contínuo de coletividade plena e sentimento altruísta dos mais autênticos, quando de fato, a sociedade faz jus ao governo que escolhera para comandar os seus destinos... Nem que para isso, como deveras ocorreu, fosse imperioso, vencer-se a si mesma em nome de uma esperança firme, inquebrantável, resolutamente fincada tanto na história, quanto num futuro de prosperidade, esperança, fraternidade e paz.
A eleição de Adailton e do sindicalista Antonio Landim, por fim, é mais uma evidência de que o povo pode mais!

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Por José Cícero
Aurora - CE

terça-feira, 1 de julho de 2008

Violeta Arraes: Eterna sertaneja cidadã do mundo!

Os jardins do Araripe, bem como de todo o Vale caririense perderam agora seu antigo encanto, posto que sua mais linda rosa, a flor do lótus feneceu. A Violeta que mantinha no semblante e coração todas as cores do mundo. Além de de todas as bondades e a beleza da vida. As mais sublimes qualidades e os perfumes que a humanidade mais precisa para crescer, evoluir e ascender aos píncaros da sabedoria e da história.
Sem nossa Violeta os jardins desses verdes vales e serras estão mais áridos, pobres, carentes de estéticas e de entusiasmos. Adeus Violeta Arraes!
Os grandes jardineiros dos céus; dos umbrais universais haverão de cantar hinos fantásticos e maravilhosos tão somente para celebrar a tua chegada. Enquanto aqui, continuaremos todos à duras penas, no árduo ofício de acreditar no futuro, na esperança de que poderemos cultuar e cultivar novas Violetas pelos anos a dentro, só porque cremos piamente que você não morreu. Posto que os gigantes, os titãs da bondade e do saber, tanto quanto as suas idéis não morrem nunca. Adeus santa rosa Violeta...
Feliz despertar para à eternidade. Qualquer dia desses nos encontraremos de novo nos jardins e nas Universidades da vida plena. E tudo será novamente e, para o todo e sempre, uma grande festa. E o mundo como tal, será de vez um mero detalhe. Quem sabe um mero estado de espírito.
Violeta você existiu... e isso é o bantante para acreditamos no dia da vinda!
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Prof. José Cícero
Aurora - CE. In O POVO

Irmãos Iluminados: Humanos não têm consciência cósmica*

Ao contemplar o emaranhado Cósmico do Universo, todo ser humano se sente impotente diante de tanta existência, satélites, planetas,quasares, galáxias, buracos negros e uma infinitude que o pensamento dos seres humanos, mesmo para os mais brilhantes gênios da humanidade,fica sempre a pergunta para que tudo isto? Que engenharia é esta? Como foi feito? Por que foi feito, como? Existe até os mais audaciosos que perguntam realmente estamos sós? É assustador saber que os seres humanos com todo o conhecimento adquirido ainda não tenham respostas para: De onde viemos? Para onde vamos? Porque estamos aqui? Qual a Missão humana? Diante de tanta beleza inteligível da existência, penso que outros seres universais já ultrapassaram a inteligência humana há muito {de longe}. Pois a morte é algo muito obsoleto, a dependênciados seres humanos com o meio ambiente e muito grande, estes animais Racionais precisam de água, ar, gravidade, alimento, só sabem viver em grupos, parece que estão sempre assustados. Esta dependência exageradado meio ambiente é com certeza um atraso intelectual muito grande. É muita repetição. A dor, o sofrimento e a morte são provas cabais de que a humanidade não está pronta para ter o controle do universo. Porém entendo que outros irmãos nestas alturas já têm a chave do controle universal. Até quando teremos que clamar pela caridade intelectual dos nossos irmãos iluminados, que com certeza estão rindo destes seres racionais, mas que não conhecem a razão da existência do universo em expansão.
Aos Seres Humanos
Quebrando correntes
No tempo a passar
Mistérios a desvendar
A todo o momento
Se tudo fosse diferente
Teria o ser humano
O pensar, um plano.
Da existência presente
Que show arriscado
De um palco sem fim
O infinito vem a mim
Ou já foi programado
Tanta existência
Quem vai usufruir
O tempo destruir
Ou há consistência
A Vida acompanha
As etapas da curva
Existe uma luva
De potência tamanha
Controlar o processo
De toda imensidão
É plenitude da razão
Ou pensamento, ao inverso.
É do ser humano obrigação
Conhecer todo o infinito
Ou existe um conflito
Buscando interrogação?
Já não é chegado
A hora de saber
Do universo o porquê ?
Na existência - postado.
Autor: Luiz Domingos de Luna
Internet - RA

quarta-feira, 25 de junho de 2008

AURORA: Convenção municipal homologa nomes de Adailton e Antonio Landim às eleições de outubro


Um evento apoteótico para ficar na história. A julgar pelos rumores populares, a que tudo indica esta continua sendo a definição que mais se aproxima da festa em que se transformou a convenção do PSDB, PSC, PMDB e DEM ocorrida no último sábado, no auditório da Associação Beneficente Aurorense(ABA) no cento da cidade de Aurora. A convenção homologou a chapa da oposição encabeçada pelos vereadores: Adailton Macedo(PSDB) e Antonio Landim(PSC) que juntos disputam o executivo aurorense. Os nomes dos candidatos à eleição proporcional também foram oficializados durante o evento. O espaço interno do clube(ABA) pareceu pequeno para o grande número de pessoas que compareceu ao local. Foi um evento político dos mais concorridos já realizados em Aurora a começar pela repercussão que o acontecimento provocou na cidade salgadiana. Logo após a homologação das candidaturas proporcionais e majoritários, diversos convencionais, autoridades e lideranças políticas de Aurora e região fizeram uso da palavra, ocasião em que enalteceram as qualidades das candidaturas de Adailton e do sindicalista Antonio Landim. Apoio dos dirigentes do PC do B :Ainda repercute no município as presenças na convenção e o apoio formal dos dirigentes do PC do B, dentre os quais os professores José Cícero e Ronaldo Santos(presidente e vice-presidente da sigla comunista) que no ensejo, declararam publicamente a adesão por intermédio do PSC(partido do candidato a vice, sindicalista e ex-vereador petista) à chapa de Adailton e Antonio Landim.Já no domingo dia 22 no plenário da Câmara de vereadores foi a vez do Partido Comunista do Brasil(PC do B) realizar a sua Convenção Municipal momento em que os comunistas aurorenses homologaram suas candidaturas proporcionais com dois nomes concorrendo ao legislativo aurorense: José Tavares e Antonio Cândido; bem como à chapa majoritária. Formalmente, por questão de imperativo ideológico o partido participa da coligação capitaneada pela sigla pedetista que tem como candidatos o ex-prefeito Alcides Jorge(PDT) e vice João Aécio(PSB), cuja convenção ocorrera no dia 21. Para quem gosta de emoções fortes e muita adrenalina as eleições deste ano em Aurora está prometendo...
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Por: José Cícero

terça-feira, 24 de junho de 2008

PC do B realiza sua Convenção Municipal no plenário da Câmara de Vereadores















Na manhã do último sábado, dia 22 o diretório do Partido Comunista do Brasil – PC do B, de Aurora realizou no plenário da Câmara de vereadores sua Convenção Municipal ocasião em que foram homologadas as candidaturas a vereador dos dois representantes da sigla com vistas às eleições vindouras: José Tavares e Antonio Cândido.
Contudo, do ponto de vista formal e ideológico, o partido também aprovou sua participação na coligação encabeçada pelo PDT, sendo que em face de uma série de questões mais internas os membros do diretório local decidiram, mesmo informalmente pelo apoio as candidaturas majoritárias capitaneadas pelas oposições, ou seja, PSDB e PSC. “Tanto o PC do B quanto aqueles que o dirigem não encontraram efetivamente espaços políticos na gestão situacionista, por isso optamos por um novo caminho”, explicou o presidente José Cícero durante a convenção. “Tentaram usar nossa ideologia e a nossa coerência como grilhões para nós mesmos, achando que estávamos presos e nunca reagiríamos contra a ingratidão e as perseguições veladas contra nossos camaradas”. “Porém a realidade provou que eles estavam errados. A conjuntura está aí, os fatos não deixam dúvidas, falam por si mesmos. Antes de comunistas históricos, somos seres humanos...” finalizou.
Um produtivo debate pontuou boa parte da solenidade, com destaque para a visão do PC do B acerca das eleições, além da decisão da cúpula do partido em apoiar as oposições. Não apenas filiados e membros do comitê municipal compareceram a convenção; o evento contou com a participação do Dr. Alcides Jorge(PDT) e Antonio Landim(PSC) que também usaram da palavra, oportunidade em que teceram elogios a trajetória de luta e combatividade do PC do B desde 92 em prol de uma Aurora melhor, renovada, fraterna e socialmente justa.
Da Redação....

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Baixa qualidade da água oferecida pela CAGECE em Aurora aquece o comércio de água mineral








Vendendo como água! Nunca esta expressão esteve tão forte na cabeça tanto quanto no bolso de quase todos os moradores da cidade de Aurora, região do Cariri a 463 km de Fortaleza. Tal assertiva se refere à absurda venda de água mineral que a cada dia só tem aumentado na cidade. Hoje, em todos os quadrantes da zona urbana onde quer que exista uma mercearia independente do seu tamanho, os tambores de água mineral é um artigo que tem presença garantida.
De uma hora para outra a venda do precioso líquido virou de vez aquilo que se convencionou chamar de “negócio da China”. O pior é que a Cagece não está nem aí para a situação, afirma a maioria dos consumidores. De modo que a população, sobretudo os mais carentes que já tinha dificuldades para pagar o consumo da água normal agora acrescida em 100% devida a cobrança da taxa de esgoto, têm dificuldades para pagar à cagece e ainda comprar água mineral para beber e de outras fonte para lavar roupa.
De coloração amarelada com a visível presença de partículas de argila e cheiro forte a água fornecida pela Cagece pode representar um risco para à saúde da população e por conta da turbidez não está servindo sequer para a lavagem de roupa. “Roupas brancas principalmente ficam amarelas”, dizem os moradores aurorenses. “Para beber também a água tem gosto de barro e cloro”, concluem.
Diante da péssima qualidade da água que atualmente vem sendo oferecida pela CAGECE à população de Aurora está sem saber a quem mais reclamar. Vários abaixo-assinados já foram feitos; além da realização de uma audiência pública na câmara de vereadores, debates na emissora local. Contudo, até o momento nada foi resolvido por parte das autoridades competentes. Enquanto isso, os consumidores são obrigados a pagar em dia as taxas de água e esgoto e, por outro lado, têm que comprar vários tonéis de água mineral o que sobrecarrega e compromete no final do mês a renda familiar da maioria da comunidade.
Nem nas épocas que a cidade de Aurora ainda era abastecida pelas águas do rio Salgado a situação chegou a este ponto crítico, explicam os consumidores. O mais triste é constatar que ninguém parece demonstrar preocupação para esta gritante e deprimente problemática que atinge a comunidade.
A deteriorização da água já começa no açude Cachoeira, manancial responsável pelo abastecimento da cidade. Dos poucos mais de 12 km que separam o açude da sede do município quase a metade do percurso é percorrido pela água a céu aberto por gravidade de um riacho. Tudo isso só piora ainda mais a qualidade da água. Está inclusa na longa pauta das reivindicações populares a construção do complemento da tubulação, além de melhorias na qualidade do produto e o rebaixamento dos valores atualmente cobrados majorado agora em 100% por conta da cobrança dos serviços de esgoto, o que não se coaduna com o poder aquisitivo da população.
Por José Cícero











terça-feira, 10 de junho de 2008

O Adeus bendito do poeta Maldito


E agora Quintana?
O que faremos agora Baudelaire?
Com esta poesia insossa
Sobrevivente que restou, cheia de mágoas.
Agora que a sós estamos,
Como morto-vivos
Solitariamente angustiados,
Vivenciando o drama humano poético.
Agora que calou-se para sempre o grito.
Agora que se foi para a metafísica
a ação, a concretudo do gesto
Do sacrossanto ser - o maldito poeta
que o Acaraú um dia cedeu ao mundo
sob a insígnia do nome - José Alcides Pinto.

Partiu o estro
Como por ironia num verso frio.
Sangue derramado no negro betume
do asfalto da rua
como uma estrofe
Do seu poema mais belo, obsceno, crítico
Sereno, lírico, ensandecido.
Prenhe de sonhos estendidos no meio do povo
Como um velho conhecido
Passeando, contando história de cordel
Aos que ainda têm ouvidos,
A reclamar o absurdo
De tudo aquilo
que ainda faz sentido.

Que tola ironia!
Nosso poeta em choque
Não mais com a palavra brava, indomável.
Porém com a motocicleta.
O tombo, o meio-fio.
A queda-livre do crânio.
Morte fria, macabra, assassina, Antiestética:
o brado esfacelado como em letras soltas;
Pacto celebrado desde o nascimento
Da alcidiana poesia,
Tal qual desconhecido;
Fantástico realismo tecnológico dos fatos.
Concretismo-sentimento
Sempre presente
Como fogo ardente
Na língua e na face
de José Alcides Pinto.

O que faremos agora, Quintana?
Como ficaremos Dimas Macedo?
Agora que só nós restou
Toda a liturgia do pleno Caos
Poético-literário
Marcado pelo sangue
Ainda a escorrer no chão escuro do asfalto
em meio a multidão de curiosos
desconhecidos,
Em que nosso vate maldito
Escreveu no silêncio
Do seu último instante
Todo o fatalismo clarividente
Do seu derradeiro verso.

Adeus maldito!
Até breve poeta
Da morte e da vida
- José Alcides Pinto.
Recomendações e lembranças
a Leminski, Garcia, Neruda, Vinícius
E todos os demais amigos
Da arte poética
Em que finalmente
Venceste a morte,
Ganhaste vida nova
Na geometria estranha
Do teu verso eterno.
____
José Cícero
In O Povo

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Estudantes do Ensino Normal I e II do colégio Monsenhor de AURORA participam de aula-seminário sobre o conflito Árabes x Judeus




O histórico e sangrento conflito entre Judeus e Palestinos. Foi esta a pauta de mais um seminário-temático organizado pelo professor José Cícero, direcionado aos estudantes do magistério (Normal I e II) nas disciplinas de História e Ciências Sociais que leciona no colégio Monsenhor Vicente Bezerra da rede estadual. A aula-evento aconteceu na noite da última quarta-feira, 04/05 com a duração de quase duas horas tendo como palestrante-convidado o professor Ronaldo Santos. “Fico feliz em saber que em nosso município existem pessoas preocupadas com temáticas deste nível”, disse o professor logo na abertura da sua exposição. Contente com o nível das indagações encetadas pelos estudantes no decorrer do evento, o professor Ronaldo falou do seu contentamento. Primeiro pelo convite, a acolhida e depois pela atenção com que todos dispensaram as abordagens históricas levantadas na ocasião.Já o professor José Cícero, responsável pela iniciativa, externou “são propostas como estas que devem fazer o diferencial no atual processo educacional do Ceará e do país. Razões pelas quais todas as escolas deveriam procurar alcançar seus objetivos mais sublimes no campo das ações práticas e não apenas no velho espaço das chamadas boas intenções teóricas, literárias e programáticas”. O mesmo está concentrando esforços no sentido de convencer seus confrades de ofício para que juntos possam realizar uma verdadeira cruzada em prol da construção do conhecimento objetivo e útil à formação da cidadania e do homem novo de maneira diferente, reflexiva e prazerosa, disse ele. “Tudo isso, numa perspectiva quem sabe freireana, onde será absolutamente possível unir num só espaço e pensamento - alunos, professores, artistas, pensadores, intelectuais, empresários, formadores de opinião, entidades de classes, políticos e a comunidade em geral”, finalizou.
Temática Ambiental:
A temática ambiental também vem merecendo as atenções do alunado aurorense. Motivo pelo qual desde o ano passado uma vasta programação sócioeducativa e ambiental tem sido cumprida, com destaque para as atividades voltadas para a problematização das questões como Biodiversidade planetária, aquecimento global, desenvolvimento sustentável e o uso racional dos recursos naturais. Dando especial enfoque a discussão do ecossistema do rio Salgado e o bioma caririense.
Diversas outras atividades de cunho pedagógico estão sendo desenvolvidas tais como: seminários temáticos, exposição iconográfica, relatórios, pesquisas e aulas de campo dentre outros.Tantos os alunos do ensino médio do Colégio Estadual Tabelião José Pinto Quezado quanto os do Monsenhor Vicente Bezerra estão paulatinamente participando das iniciativas, concluiu.
Revista Aurora:
Uma importante contribuição vem sendo dada por meio da ‘Revista Aurora’ no sentido de proporcionar maior visibilidade para o tema, chamando assim a atenção da sociedade para a dura problemática que pesa sobre o planeta. Tal informativo, agora na sua 3ª edição inclusive on-line, é de responsabilidade dos professores José Cícero e Luiz Domingos.
Revista Aurora:www.revistaauroa.com

sábado, 31 de maio de 2008

Estudantes de biologia do ensino médio participam em AURORA de seminário temático sobre Meio Ambiente


Desde meados do mês de maio que os estudantes de Aurora do 1º ano do ensino médio turmas (B e C) e 2º ano B do colégio Estadual Tabelião José Pinto Quezado na área de Biologia, assim como do 1º (A, B, D e E) do colégio Monsenhor Vicente Bezerra participam de um ciclo de debates através de seminários temáticos expositivos em sala de aula, abordando os assuntos relacionados ao “Meio Ambiente, biodiversidade e o rio Salgado”. A iniciativa é do professor da área de biologia José Cícero, que este ano após o período das enchentes retoma a temática da ecologia como forma de desenvolver no seu alunado uma sólida base científico-biológica centrada na contextualização da teoria com o seu aspecto prático. O mesmo procedimento vem sendo desenvolvido com sucesso deste o ano passado. Objetivando, segundo ele, a formação de uma consciência ecológica responsável, crítica e reflexiva em toda sociedade, que vá além dos limites da própria escola. “Não podemos acreditar em nenhuma mudança efetiva da sociedade em relação ao meio ambiente se esta questão não estiver inserida na pauta curricular e na agenda das preocupações prioritária da escola”, sustenta José Cícero. Ainda são muito tímidas, para não dizer quase inexistentes, as discussões e, notadamente as problematizações do tema no ambiente escolar, completa. E em Aurora não podemos por nenhum motivo nos dá ao luxo das indiferenças em continuarmos prescindindo de se trabalhar a questão da biodiversidade e da preservação da natureza como um instrumento dos mais pedagógicos que é o rio Salgado. Um verdadeiro laboratório natural a céu aberto. Além de tudo é preciso ressaltar que o rio está precisando de uma imediata intervenção preservacionista. Basta dizer que o mesmo é o nosso ar-condicionado natural, o centro gravitacional dos ecossistemas caririenses.
A Pedagogia socioambiental pela ótica da praxe freireana
É muito gratificante constatar que os nossos estudantes respondem satisfatoriamente quanto começam a perceber que aquilo que teorizamos através dos livros também compõe o universo do seu próprio cotidiano. O nível de aprendizagem e das intervenções práticas e qualitativas dos mesmos melhora significativamente. É mister, portanto, que despertemos para isso, não apenas no que diz respeito as questões socioambientais. É fundamental darmos toda a plasticidade possível a decantada praxe Freireana do ‘aprender a aprender’ a partir de um viés coletivo da construção do conhecimento. Isso é que de fato transformará o nosso aluno no sujeito da sua própria história. Temos que encarar a preservação do nosso rio com a perspectiva de algo que era para ter sido feito ontem. Ou ainda, como uma das nossas principais artérias prestes a ser obstruída e, que consequentemente poderá nos levar à óbito junto com ela.
Seminários Temáticos: a natureza em discussão

Os seminários temáticos focalizaram temas importantes tais como: A poluição e degradação do rio Salgado e o bioma aurorense; As ameaças que pesam sobre a natureza e os seus recursos naturais; Aquecimento global: causas e conseqüências; A problemática da água no planeta; A situação da Amazônia brasileira, Ecossistemas terrestres e desenvolvimento sustentável, entre outros. Os estudantes da área de ciências biológicas dos dois educandários da rede estadual de ensino também se preparam para a realização de aulas de campo em diferentes espaços ecológicos, não apenas no território de Aurora. Tanto a nascente quanto a foz do rio, além da Massalina(Aurora), Cachoeira(Missão Velha) e o Boqueirão(Lavras) deverão ser visitados pelos estudantes aurorenses.
Documentário sobre a crise ambiental do Salgado
Com a participação da comunidade escolar, o professor José Cícero está pretendendo produzir um breve documentário(em áudio e vídeo) como forma de denunciar a atual situação de verdadeiro crime e descalabro ambiental, por que passa todo o manancial salgadiano nos seus 308 km de extensão. Especial atenção será dedicada, de acordo com o professor, aos 42 km do rio que banha o município de Aurora. O problema é o de sempre: falta de incentivos financeiros para a empreitada. “O Salgado, inclusive, foi o tema recente que escolhi para a produção do trabalho de especialização em ciências biológicas, bem como uma das pautas que integram o meu último livro lançado em janeiro último, intitulado: “Enxada, Foice e Suor”, concluiu.

Especial: site e Revista Aurora

Comentário do prof. Luiz Domingos acerca do recente artigo de José Cícero sobre o Salgado

Aurora é um presente do Rio Salgado, as nossas raízes históricas estão intimamente ligadas ao tecido social criado ao redor do rio. Matar o rio é matar todo o processo social etnográfico. É negar a história do homem caririense. É o nascimento das trevas, na quebra dos laços e ilações familiares, comunidades e por extensão a sociedade. Tratar o rio como um grande esgoto do Cariri, pode ser bom para os industriais, para os empresários, para o capitalismo selvagem, porém, o prejuízo com a destruição desse ecossistema é um preço que as futuras gerações talvez não possam pagar. Todo o micro sistema ambiental será modificado, a natureza não dá salto e nós carirenses não podemos nem devemos saltar para trás. O Grito de alerta do professor e escritor José Cícero ainda é uma oportunidade para que o poder público, a iniciativa privada e o povo em geral repensem as suas condições de consumidores e ofereçam uma oportunidade ao meio ambiente. Do contrário, a vida tornar-se-á inviável, e penso que o primeiro a ser extinto será o Homo Sapiens.

Planeta que chora*

Reflito sobre a vida
sobre o mundo rotativodo
universo exuberante
da beleza do ser pensante
do mundo mágico criativo;
É o solo, é a existência roída
de um planeta que chora, exaurido.
De uma fumaça de gás cumprimido
De um berço que faz sentido.
De uma paisagem destruida
que teimo em desfrutar -
a reta um ponto vai ficar
o fim, o começo a externar
O espaço a gritar
O ambiente somente?
A água? A selva? O mar? E nós humanos?
O planeta chora. A inteligência ignora?
Onde iremos morar?
sem terra, sem piso, sem ar
sem fogo, sem água, sem mar?
por que a poluição? o farelo da destruição
O lixo cultural? O rio é um esgoto
O mar está morto.
O ar é aborto
de quem quer abortar, assim, volto ao pó.
não tem reciclagem é uma viagem,
mas viajo só?
(*) Luiz Domingos de Luna

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Ecologia: Um olhar panorâmico sobre o rio Salgado

Tendo por nascedouro a serra da Batateira no município do Crato no sopé da chapada do Araripe, o rio Salgado desenha um percurso de 308 km de extensão; banhando oito municípios. Sua sub-bacia hidrográfica(que integra a bacia do Jaguaribe), no entanto, conforme dados da companhia de gerenciamento e recursos hídricos( Cogerh) está composta por cerca de 23 municípios. Com uma capacidade de acumulação de águas superficiais em torno de 447,41 milhões de m3 mantendo em seu entorno uma área de drenagem da de 12.865 km2 o que representa 8,5% do total do seu território. Sendo que 13 açudes públicos integram o seu perímetro de sua abrangência subdividida em outras cinco micro-bacias regionais. O solo salgadiano é composto por 85% de rochas cristalinas e 15% de sedimentares. Sob a bacia sedimentar do Araripe estão concentrados os seus mais consideráveis aqüíferos da região.
Antes de desaguar no Jaguaribe nas terras do Icó, o Salgado percorre 42 km do território aurorense. Perfazendo assim, somente no município de Aurora uma área irrigável de quase 4 mil hectares onde se destacam as lavouras de milho, feijão, arroz e de hortifrutigranjeiros.
Historicamente o Salgado, foi o caminho natural percorrido por todos os desbravadores deste vale e alto sertão. Portanto, foi peça fundamental para o povoamento de todo o Cariri cearense. Sua influência geográfica e econômica de um modo geral remonta ao aparecimento dos índios Kariri-novos que habitaram este vale desde priscas eras, vindo acossados pelas secas da serra da Borborema na Paraíba. Os povos Kariris habitaram de Missão Velha (Cachoeira-Missão Nova) até o sopé do Araripe, onde se situa a nascente desse importante curso d’água. No seu rastro hidrográfico o Salgado não apenas fertiliza a terra como, aqui e acolá consegue ainda pontuar seu trajeto (mesmo sem a devida preservação) de paisagens naturais raras belezas e deslumbramento.
O principal rio do Cariri concentra ainda, várias fontes de águas minerais(Crato-Barbalha), além do espetacular boqueirão de Lavras e a Massalina de Aurora, dentre outros atrativos ainda não catalogados. Seu encantamento também significa fonte de inspiração para um sem-número de artistas caririenses, a exemplo do renomado forrozeiro aurorense(Ingazeiras) Alcymar Monteiro e sua célebre composição: "Rio Salgado, corrente de água doce".
Hoje porém, do ponto de vista ecológico, o diagnóstico que se tem do Salgado é alarmante. A poluição desenfreada aliada a outras formas de degradação ambiental, advindas das atividades antropocêntricas e do desenvolvimento urbano e industrial vêm o transformando aos poucos, num verdadeiro esgoto a céu aberto. De acordo com uma série de estudos laboratoriais e levantamentos técnicos as águas do Salgado possuem em alguns pontos, principalmente nas proximidades das cidades de Juazeiro do Norte, Crato e Barbalha, altíssimo grau de poluição química, incluindo a presença de metais pesados. Ficou constatada também a redução considerável do seu antigo potencial pesqueiro. Sendo que algumas espécies de peixes consideradas endêmicas(que só existiam na sua bacia) já são praticamente dadas por extintas. Contudo, o quadro triste do Salgado não para por aí. No momento tudo o que ainda resta da sua antes abundante fauna e flora está correndo sérios risco. Há evidências de que a sua mata ciliar já esteja quase que inteiramente comprometida em muitos trajetos. Plantas nativas antes facilmente encontradas às suas margens hoje praticamente desapareceram. A eutrofização virou uma constante em todo o percurso salgadiano. Notadamente nos diversos barramentos edificados sem nenhum critério ambienta que atingem o seu ponto crítico nas épocas de estiagem.
Aliás, já é consenso entre os ambientalistas que a quebra da cadeia ecológica do Salgado comprometerá todo o ecossistema sócioambiental sul caririense. De modo que, sem a devida proteção antes oferecida pela vegetação ciliar o rio vem sofrendo um intenso processo de assoreamento, prejudicando inclusive a base alimentar de peixes, moluscos, microorganismos e outros animais que fazem das ribanceiras do rio seu habitat natural.
Moradores ribeirinhos já se resentem da sua antiga fartura. Na comunidade rural de Pavão na região de Ingazeiras, por exemplo, o agricultor Edmilson Ribeiro 78 anos, que desde a infância conviveu de perto com o manancial, se diz inconformado e triste diante da situação por que passa o Salgado. Espécies como o “cascudo, cari-chupela de barbatana e a jutubara” não mais existem naquela região, conforme explica o agricultor. Outra constatação é a rapidez com que o rio se alarga, fica raso e seca. “O nosso rio está longe de ser como era antigamente”, diz o rurícola meio desolado. “Antes aqui tudo era fartura... não era nem preciso ir longe para se pegar os peixes que a gente precisava. Hoje, até piabas é difícil de se vê” conclui o ribeirinho. É provável que espécies vegetais e animais ainda não conhecidas e estudadas pela ciência já tenham desaparecido completamente. Um livro de sabedoria e oportunidades antrópicas que perdemos para sempre.
Em contrapartida, há quem diga que o Salgado poderá voltar a ser o que era antes, a partir da sua revitalização contida nas diretrizes do projeto de transposição das águas do São Francisco para o Nordeste setentrional. Isso porque parte da sua calha natural será aproveitada para dá vazão às águas do “velho Chico”. Todavia, existem também os que não enxerguem quase que nenhuma vantagem no projeto. Para estes, o Salgado sofrerá ainda mais com mais esta intervenção humana.
Polêmicas à parte, todos os números apontam para a atual situação de penúria em que se encontra o rio do Cariri. Um quadro que no final das contas poderá provocar sérios impactos não apenas ambientais como também econômicos e sociais para toda esta vasta região do padre Cícero.
Apenas num ponto todos são unânimes: a necessidade de soluções urgentes, no sentido de se estancar o processo cada vez mais acelerado de degradação do manancial. As agressões constatadas são tantas que não é nenhum absurdo afirmar que o ponto-limite do rio está prestes de ser ultrapassado. Após este estágio, nada mais poderá ser feito, pois será muito tarde. Um caminho sem volta. O tempo está se esgotando.... sustentam os especialistas. Daqui a pouco a morte do Salgado não será mais ilação, porém um fato consumado.
Estamos diante de um processo quase irreversível pelo qual nós, os contemporâneos, condenaremos aos caos ambiental a geração do futura. Uma dívida das mais impagáveis que deixaremos para nossos descendentes e a posteridade. Decerto, os homens e mulheres do porvir não nos perdoarão, caso não mudemos sem mais protelações a nossa maneira de nos relacionar com a natureza e a biodiversidade de um modo geral. O Salgado é uma criança ainda a implorar nossos cuidados.
____________
Por José Cícero
In O Povo

Estudantes de AURORA participam de Aula de Campo no rio Salgado

Cerca de 70 estudantes de biologia e química das séries iniciais do ensino médio do colégio Monsenhor Vicente Bezerra de Aurora no Cariri participaram na manhã da última quinta-feira*, de uma aula de campo no sítio Barro Vermelho às margens do rio Salgado. A experiência organizada pelo professor José Cícero teve como foco a atual situação de degradação ambiental porque passa o maior manancial do Cariri, bem como a infestação de nematóides que vem devastando as plantações de goiaba irrigada do programa ‘roça comunitária’ desenvolvido no local há mais de 5 anos pela secretaria de agricultura do município.
As explanações referentes ao ataque do fitoparasita à plantação ficaram a cargo do agrônomo da prefeitura Eládio Leite. A primeira parte da aula de campo ocorreu no próprio plantio, ocasião em que os estudantes puderam verificar in loco toda a sintomatologia da praga, além de conhecer na prática noções sobre organismos microscópicos, agrotóxicos, adubação orgânica, fruticultura irrigada, fitotecnica dentre outros itens ligados a biologia.
A segunda etapa do evento que teve como tema o rio Salgado e sua biodiversidade foi desenvolvida pelo professor da turma José Cícero. Às margens do manancial os estudantes confrontaram informações teóricas com constatações de ordem prática e diversas outras informações de cunho ambiental. Temas como desmatamento, poluição hídrica, erosão, assoreamento, mata ciliar, estrutura geológica, tipos de solo, contaminação de defensivos agrícolas e atividades preservacionistas compuseram a pauta final da aula.
Uma radiografia sobre o Rio Salgado -
“Temos 42 km do Salgado percorrendo este município, isso aumenta a nossa responsabilidade no sentido da sua preservação, sobretudo no tocante a prática pedagógica”, explica o professor José Cícero. “Por incrível que pareça ainda temos no município, alunos que mal conhece o Salgado e menos ainda o importante papel que este manancial desempenha no equilíbrio dos ecossistemas”, completa. Portanto, disse ainda, não é nenhum exagero afirmar que o rio Salgado está pedindo socorro.
Alguns sinais como a total ausência de mata ciliar em boa parte do trajeto, as ilhas de areia são evidências diretas do assoreamento, da erosão provocada pelo desmatamento indiscriminado ao longo das suas margens, bem como a sensível diminuição da fauna e flora aquática e da cobertura vegetal do seu entorno. A desobediência ao código florestal que obriga o atendimento a faixa de mata ciliar como área de preservação permanente, por estas bandas é algo a que todos sequer ouviram falar um dia, assevera.
Utilizar o rio Salgado como instrumento de aprendizagem ecológica, ambiental ao que tudo indica, está sendouma experiência das mais produtivas na construção do conhecimento e, por outro lado, bastante apreciada pelo alunado aurorense.

O entusiasmo foi geral. “Isso é ótimo posto que dentro do processo de ensino-aprendizagem a motivação é um item fundamental, diria que meio-caminho andado”. Por esta razão deve virar uma atividade comum nas nossas escolas, além do mais, não podemos permitir que este monumental curso d’água venha a morrer qualquer dia desses, como se o problema não fosse com a gente. Tudo o que diz respeito a natureza, ao meio ambiente, tem muito a ver conosco, finaliza o professor.

A aula de campo é apenas uma das etapas preparatórias para a exposição iconográfica do problema que ocorrerá durante a Semana Cultural que o colégio realizará.O evento terá como tema ‘o rio Salgado e o meio ambiente’.
Os estudantes das duas séries farão relatórios acerca das atividades desenvolvidas. Os melhores trabalhos serão expostos por ocasião da semana cultural, juntamente com imagens, fotografias e outros materiais colhidos no local. Os estudantes participam ainda da elaboração de um vídeo, documentário amador enfocando a importância da descoberta do suposto sítio paleontológico/arqueológico da Massalina na comunidade do sítio Volta, ocorrências também existentes no leito do Salgado a cerca de 23 km da sede do município.

Continuidade das iniciativas este ano
O professor José Cícero assegura que neste ano de 2008, estará estendendo o mesmo projeto de aulas de campo com foco no Salgado e no bioma aurorense também aos seus alunos do Colégio Estadual José Pinto Quezado sob os auspícios do núcleo gestor a frente o diretor prof. Alencar.

In Jornal O Estado
DN e Revista Aurora
16 out. 2007



AURORA: Três pré-candidaturas esquentam a disputa pela sucessão municipal

Muita expectativa e surpresa. São essas as duas marcas que há mais de três meses vêm pontuando o verdadeiro tabuleiro de xadrez em que se transformaram as discussões políticas relacionadas à sucessão municipal em Aurora. Se as eleições fossem hoje três candidaturas estariam postas no rol da disputa. Pelo PSDB o nome que está sendo colocado como pré-candidato a prefeito é o do vereador Adailton Macedo tendo como vice o também vereador e sindicalista Antonio Landim(PSC), ex-membro do Partido dos Trabalhadores. O bloco da situação até o momento está rachado, dividido entre os nomes do atual vice-prefeito Jaime Campos(PSB) e o do ex-prefeito, promotor de Justiça Dr. Alcides Jorge(PDT), o primeiro com o apoio do prefeito Carlos Macedo. Ambos ainda não definiram os seus respectivos companheiros de chapa(os vices). Indefinições que inclusive, aumentam ainda mais o clima de apreensão e incertezas no tocante a corrida sucessora no município.
E como o processo das convenções partidárias se estenderá até o final de junho(entre os dias 10 e 30), daqui até lá muita coisa ainda pode acontecer. Contudo, malgrado a radicalização de ambos os lados, principalmente na ala situacionista, há ainda quem aposte na possibilidade de o grupo decidir por marchar unido, ou seja, marcar posição em torno de uma única candidatura. Pelo andar da carruagem, o difícil para não dizer impossível, será saber quem decidirá ceder com vistas à construção de uma chapa de consenso. O tempo está correndo e o diálogo para tal acordo não evoluiu em nenhum aspecto. O prefeito Carlos Macedo(PSB) por seu turno, deixou claro que não abre mão do seu candidato Jaime Campos. Posição não muito diferente do ex-prefeito Alcides Jorge(PDT). Indubitavelmente são coisas da democracia. Com esta disputa endógena entre PSB e PDT, as oposições se mantêm fortalecidas tornando a corrida sucessória amplamente favorável para si. Muitos, ainda continuam acreditando numa reviravolta(a qualquer momento) com relação ao panorama das pré-candidaturas no município.
O bloco da situação continua sonhando com um acordo que possa viabilizar a formulação de uma candidatura única, enquanto a oposição ri à toa com o verdadeiro imbróglio divisionista em que se encontra mergulhado peessedebistas e pedetistas. Mesmo antes do início do processo das convenções partidárias o PT local já se decidiu pelo apoio a candidatura pedetista, enquanto o PRB fica do lado do PSB e o PMDB fez opção pela pré-candidatura do PSDB. Já o PC do B mais cauteloso, prefere apostar no diálogo de modo que ainda não se definiu em relação ao seu apoiamento prévio antes das discussões internas, até as convenções partidárias previstas para meados de junho. Outras agremiações que também ainda não firmaram posições são: PV, PPS e PP. Especulações à parte, o momento é de intensas conversações e até junho muitas águas ainda haverão de rolar sob a ponte da sucessão política no municipal de Aurora. Por tudo isso, o tema virou de vez o principal assunto debatido pela população nos mais diversos ambientes da sociedade. Por fim, como em política tudo é dinâmico, vislumbrar um cenário definitivo por enquanto, é algo que não se pode esperar em Aurora, pelo menos até o prazo final estabelecido pela Lei Eleitoral; ocasião em que os partidos políticos terão que escolher as suas candidaturas, tanto majoritárias quanto proporcionais. Até lá, nada de afogadilho pode parece possível. A ordem é simplesmente esperar.

Por José Cícero
Revista Aurora