Para Dona Mazé e Dona Rosa, 'loiceras' aurorenses do Araçá e todas as demais que já se foram nos deixando saudades...
Por José Cícero
Louceiras do barro.Antigas fazedoras de milagres.
Deusas da memória e do esquecimento
a extrair da terra o precioso dom de ser feliz.
Nada absoluto, pleno magnetismo suprafísico
sopro fenomenal da vida.
Louceiras: pratos, quartinhas argila, panelas e cuscuzeiras
Inanimada matéria semi-árida
dos secos riachos, açudes abandonados
córregos esquecidos, olhos d’Águas em silêncio
irrigando as veias.
Barro cru do rio Salgado.
Substância líquida quase vidro ,
a se derramar nos olhos delas
feito lágrimas de desesperança em versos.
Liga benfazeja dos mágicos.
Antigas feiticeiras.
Fazedoras de alquimias e partos.
Eterno ofício de sempre dá vida
a outras criaturas excêntricas e bonitas
Assim como todas elas.
Mulheres de barro cozido e aço.
Ternas parteiras
em sua coragem feita de argila
sob brasas eternamente acesas.
Antigas louceiras do barro d’Aurora
Caçadoras de fantasmas em seus credos.
Desafiadoras de Deus,
tendo nas mãos o dom da vida.
Mães excelsas da gênesis planetária.
Louceiras.
Anjos e demônios agitados
na mais pura comunhão do oficio
a sonhar grandes utopias
a partir de tudo que elas criam.
Velhas louceiras .
Força criadora e inventiva
da natureza.
Gigantes guerreiras
fazendo da lama e da terra
matéria prima para a arte
fazendo da lama e da terra
matéria prima para a arte
de viver a plenitude da vida e da morte.
Louceiras -
Cultura de uma tradição antiga e medieva
Que nunca morre.
Porque é de barro.
Obra da imaginação mais fértil
De todas elas.
Louceiras - Eternas fazedoras de belezas
e de metáforas tão singelas.
Abstrações de litanias e orações concretas
postas para assar no forno quente da palavra.
Fogo de marmeleiro e brasas de jurema braba.
em que toda arte e toda vida
Assa e se renova
Louceiras -
Cultura de uma tradição antiga e medieva
Que nunca morre.
Porque é de barro.
Obra da imaginação mais fértil
De todas elas.
Louceiras - Eternas fazedoras de belezas
e de metáforas tão singelas.
Abstrações de litanias e orações concretas
postas para assar no forno quente da palavra.
Fogo de marmeleiro e brasas de jurema braba.
em que toda arte e toda vida
Assa e se renova
cotidianamente,
Para o todo e sempre
Para o todo e sempre
nas mãos de todas elas.
_______
(*) José Cícero
Secretário de Cultura e Esporte
Aurora-CE.
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