sábado, 11 de maio de 2013

POESIA: Quase Nada a declarar...*


(Quase) Nada a Declarar


Sob os olhares noturnos dos céus
com que me cubro ao relento
e me protejo do frio
e do medo dos homens;
indago severamente todos os ateus
que sempre carrego comigo.
Decerto, gente ignara
com seus valores  insípidos 
e pensamentos pesados.
Que quase sempre, a todo instante
e a cada vão momento,
se digladiam  e se combatem 
como bichos 
no amplo vazio interior de mim.
Luto debaldemente contra todos eles.
Mas não consigo qualquer consenso
e nenhum acordo possível.
Posto que pondero em português,
enquanto eles,  replicam  em latim.
E eu continuo ainda mais vazio
e deveras solitário entre estas feras.
Perdido em meus sentimentos.
O mundo é vasto e a vida é tarde
escorrendo a cada segundo em meus dedos.
Sinto-me sozinho no universo de mim mesmo.
Como que vencido pelos meus antigos amigos
transviados agora de inimigos íntimos.
Meros aproveitadores e covardes.
Verdadeiros cupins humanos.
Oportunistas desalmados.
Tarados por poder, fama e por dinheiro.
Hipócritas e animais insanos
que mal valem o nome.
E sequer meu desprezo
e meu protesto solitário.
Conquanto, sigo sozinho.
Fragmentado em todos os meus conceitos
e pensamentos envelhecidos pelo tempo.
E por não  ter mais o que fazer de mim mesmo
sinto que morro aos poucos,
amiúde e demasiadamente.
Sei. Não apenas nos livros
a vida me custa muito.
E o mundo está perdido.
Sofro com isso, indefinidamente,
a suprema dor dos ignorantes
e dos heróis vencidos.
Enquanto os fantasmas errantes
estão a brincar comigo.
Anjos rebeldes com suas lanças
e demônios horrendos  com os seus tridentes
a furar meu juízo.
Morcegos noturnos...
E eu simplesmente, grito em silêncio
a Deus e aos quatro ventos do mundo.
Quando o onipotente apenas  me responde
que não está nem aí  para este circo.
- existencial conflito!
Dizendo que nenhum homem tem consciência.
E ainda por cima, como se não bastasse,
com seu dedo em riste.
Diz ainda está sofrendo 'como o diabo'
com uma insuportável dor de dente.
......................
(*) José Cícero
Inédito/2013
Aurora - CE.
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2 comentários:

POEMAS AO CAIR DA TARDE DE CELINA VASQUES disse...

Meus aplausos Poeta! Teu texto maravilhoso! Aliás como tudo que escreves,m tanto faz, prosas poéticas, como textos, reportagens, poesias...tudo sempre com um talento impar!

POEMAS AO CAIR DA TARDE DE CELINA VASQUES disse...

Meus aplausos Poeta! Teu texto maravilhoso! Aliás como tudo que escreves,m tanto faz, prosas poéticas, como textos, reportagens, poesias...tudo sempre com um talento impar!