quinta-feira, 11 de abril de 2013

Injustiça e diplomacia perante os doze torcedores presos na Bolívia

Por José Cícero

Em que pese a lamentável morte do jovem torcedor boliviano, vítima de um sinalizador solto em plena arquibancada por torcedores brasileiros, durante a partida entre Corinthians e San José pela copa Libertadores na Bolívia;  não podemos esquecer o que ora acontece com os doze torcedores que se encontram encarcerados naquele país.

Sem um processo formal, bem como sequer uma prova acusatória razoável, o que acontece com os torcedores presos na cidade de  Oruru na Bolívia não pode ter outro nome, senão o de seqüestro. Por sinal  uma prática condenada, inclusive pelo direito internacional.

O que aconteceu com o torcedor boliviano morto em pleno estádio foi indubitavelmente, um ato triste e covarde. Algo que de hoje em diante precisa ser urgentemente coibido de forma veemente pelas entidades futebolísticas de todo o mundo, notadamente  no futebol latino-americano, onde o uso de rojões e outros artefatos perigosos há muito constituem uma prática comum dentro das arenas.

Contudo, malgrado toda a emoção do momento, não se pode, por nenhum motivo deixar os brasileiros entregues à própria sorte na prisão boliviana. Pois são cidadãos do Brasil e, que por esta razão,  precisam do apoio e da diplomacia do nosso país. O encarceramento dos doze torcedores do Corinthians que já dura mais de 50 dias virou um assunto de diplomacia. De modo que a presidenta Dilma Rousseff, assim como a embaixada do Brasil, juntamente como o Ministério das Relações Exteriores  precisam dá  uma resposta à sociedade brasileira acerca da solução deste imbróglio diplomático que ora atenta contra a cidadania, os direitos humanos e a justiça de doze jovens brasileiros no exterior. E, diga-se de passagem, que este está longe de ser o único caso de cidadãos brasileiros abandonados ao redor do mundo.

É também lamentável a forma como a instituição Corinthians vem tratando à questão. Isto é, com indiferença e insensibilidade. Vez que praticamente, deixou seus fiéis torcedores à míngua e ao “Deus dará”.

Ora, ao que tudo indica, os torcedores presos na Bolívia são inocentes( até que se prove o contrário). Ninguém pode ser condenado de maneira antecipada e sem um processo formal alicerçado no direito, sem ao menos a opção do contraditório. Isso é algo elementar do ponto de vista jurídico não somente no Brasil. Até porque  já se sabe quem de fato, foi o responsável pela soltura do rojão que vitimou o menino boliviano. O que constitui, por assim dizer, um “réu confesso”.

Todavia, mesmo que os doze torcedores fossem comprovadamente os culpados do crime. Mesmo assim eles ainda teriam direito a um julgamento justo e equilibrado... Imagine que não o são. Tampouco, poderiam segurar com tantas mãos o tal sinalizador que causara a morte do jovem boliviano. Portanto, o que acontece em Oruru é mesmo um ato claro de injustiça e que, por conseguinte, precisa ser o quanto antes resolvido e reparado.

O direito tem que ser fielmente obedecido e respeitado. E mais, caso queiram fazer dos brasileiros presos injustamente, moeda de troca, só estariam aumentado ainda mais aquele estado de aberração e injustiça.

Já pensou se o governo e a justiça brasileira tivessem tido o mesmo procedimentos em relação aos  pilotos norte-americanos que comandavam o jato Legacy e que há seis anos, colidiu com um avião da Gol sobre a região  da selva amazônica, causando a morte de cerca  de  154 pessoas?
.................................................
Foto ilustrativa: in odandonews.blogspot.com.br
Da redação do Blog da Aurora e do site Cariri de Fato.

Um comentário:

Anônimo disse...

Meus sentimentos pela morte do garoto boliviano!Que Deus conforte o coração dos seus pais.
Mas vê a situação destes torcedores é muito triste! Lamentável! Busco uma explicação e não consigo entender...
Será que sou tão leiga, diante da LEI? Quantos destas famílias fazem perguntas e as respostas não chegam?
Que esta situação seja resolvida o mais rápido possível, quer dizer, que não demore mais tanto tempo. Desconhecido