domingo, 16 de novembro de 2014

Antigo Casarão de MV um patrimônio histórico que não tem preço


Embora tenha ocorrido  diante dos olhos de todos a demolição do velho casarão de Missão Velha ao que parece não está sendo visualizada sequer por quem de direito, pelos menos quanto ao grau  de sua importância histórica. Já que ele(o casarão) se constitui como um dos mais relevantes patrimônios histórico-arquitetônicos do município e quiçá da região(ver fotos acima). 
Ressalte-se o fato de que ali morou Aristides Xavier de Sousa um dos notáveis filhos  do fundador de Aurora(Cel. Fco. Xavier de Sousa) que, inclusive, lá também residiu por alguns anos quando saíra de Aurora em meados de 1844 antes de ir para o Crato onde falecerá dois anos depois.
Mas diria que a tal destruição configura uma perda sem tamanho, além de algo por demais emblemático no sentido de que a sociedade missãovelhense possa refletir de agora em diante sobre a forma como vem sendo tratada a sua própria  história. O que infelizmente é fato em todo o país. O que por outro lado, aponta mais uma vez  para a necessidade urgente de uma política séria e arrojada de estado no aspecto da construção de  uma sustentabilidade preservacionista que não mais permita que fatos como este volte a se repetir por este Brasil afora.
O mais  curioso é saber que mesmo estando situado no coração da cidade, na avenida central - cel. José Dantas, quase contíguo à prefeitura e compondo o complexo de casarios antigos de Missão Velha; o antigo casarão parece não ser avistado por ninguém, tamanha é a indiferença de muitos para a situação.Tanto que a metade da sua estrutura já foi destruída, principalmente o andar superior.
É lamentável  que o poder público, além da sociedade organizada, os acadêmicos e os formadores de opinião não se apercebam desta perda irreparável para a história da nossa terrinha. 
Não enxergar esta demolição como um ato de lesahistória é algo extremamente grave, tanto para o presente quanto para o futuro. Com o fim do velho Casarão de MV morre e desaparece para sempre um pedaço importante da história da nossa terra. 
Além de igualmente cair por terra o pretenso amor pelo seu torrão natal dos que podem fazer algo e não o fazem. Assim como dos que não enxergam o problema, como se nota, por pura conveniência. O que não ajuda em nada quanto a necessária preservação da memória e do passado história da terra de São José. Eis aí a clássica memória do esquecimento.
Não sei se ainda há tempo. Mas diria que é fundamental que a sociedade pelos menos desperte com este fato, afim de que se possa defender o quanto antes, o que ainda resta do rico e belo patrimônio histórico e arquitetônico de nossa velha e aprazível Missão Velha. 
Isso porque em nome da história, o tempo urge e não para nunca. 
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José Cícero
Prof. Escritor, Poeta e Pesquisador.
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fotos arquivo e internet

Um comentário:

Francisco de souza disse...

A Europa conseguiu ao longo do tempo fazer de suas construções antigas uma fonte bem remunerada de turismo; lamentavelmente, no Brasil, de um modo geral, nossa Historia se dilui tijolo por tijolo, como sendo a coisa mais insignificante que possa existir. Velho Casarão, quem poderá recontar a tua historia? Quem de dirá de teus fantasmas seculares a andarem pelas ruas da cidade, enfileirando os sentimentos da partida breve, ou, chorando o soluço do desprezo pregado pela ignorância dos que ficaram.
Tombar e conservar prédios históricos, famosos por seus ex-moradores ou pelos anos contados de sua existência, é assunto que não interessa a nossos administradores. Deixemos esvaírem-se como os esgotos a céu aberto!
É certo que a cidade precisa se renovar, mas sem o preço alto da destruição de seu passado.
Francisco de Souza. Natural de Missão Velha, professor doutor, ex-integrante do PAE Programa de Aperfeiçoamento do Ensino, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.