Fico agora a imaginar outros tempos quer seja no raro silêncio das noites, quer seja no barulho ensurdecedor deste verdadeiro inferno em que também vem se transformando o nosso interior, por conta do crescimento vertiginoso dos veículos automotores: carros novos e velhos e um absurdo número de motocicletas a crescer do dia para noite, numa progressão deveras inumerável.
Fico a pensar no tempo de outrora, até mesmo nos anos que nunca vivenciei... De quão gostoso devia ter sido, numa contraposição direta às atribulações deste presente que nos acostumamos a denominar simplesmente de pós-modernidade das grandes invenções e facilidades. Ou até mesmo, garbosamente, de a era de aquários deste tenebrosissímo terceiro milênio que quase ninguém se arisca a dizer onde vai parar.
Fico a pensar num tempo diferente. Onde a consciência de viver era uma premissa sempre a elevar o espírito de compromisso e fraternidade entre os homens de boa vontade. Quando as preocupações eram outras. Onde a violência, por exemplo, não constituía nenhum temor e, tampouco sequer fazia parte das agendas das nossas atenções prioritárias do dia-a-dia.
Hoje, no entanto, a violência é uma verdadeira lição de pura geografia. Uma anátema das mais democráticas, posto não fazer distinção de raça, de cor ou de classe social.
Fico a pensar no tempo de outrora, até mesmo nos anos que nunca vivenciei... De quão gostoso devia ter sido, numa contraposição direta às atribulações deste presente que nos acostumamos a denominar simplesmente de pós-modernidade das grandes invenções e facilidades. Ou até mesmo, garbosamente, de a era de aquários deste tenebrosissímo terceiro milênio que quase ninguém se arisca a dizer onde vai parar.
Fico a pensar num tempo diferente. Onde a consciência de viver era uma premissa sempre a elevar o espírito de compromisso e fraternidade entre os homens de boa vontade. Quando as preocupações eram outras. Onde a violência, por exemplo, não constituía nenhum temor e, tampouco sequer fazia parte das agendas das nossas atenções prioritárias do dia-a-dia.
Hoje, no entanto, a violência é uma verdadeira lição de pura geografia. Uma anátema das mais democráticas, posto não fazer distinção de raça, de cor ou de classe social.
Todos de um jeito ou outro somos vítimas em potencial do seu alcance. A violência em todas as suas variáveis agora é uma sombra fantasmagórica a nos perseguir onde quer que estejamos. Um inimigo íntimo da modernidade. Um castigo. Uma praga a desafiar a paciência e a mancietude do gênero humano.
Fico a imaginar como era fenomenal o romantismo das pessoas na tarde-noite a conversar entre si com suas cadeiras de balanço e preguiçosas postas nas calçadas em meio aos vizinhos, amigos e familiares. Quando não havia ainda o feitiço da mídia televisiva a nos sufocar de tantas ilusões e idiotices. Um verdadeiro atentado contra a inteligência dos que pensam e a capacidade que ainda resta para se indigninar.
Dos namorados bem-comportados nos jardins e nas salas de estar. Das novenas e das promessas feitas para o santo. Dos passeios de carroças e carro-de-bois. Dos engenhos de cana, do cheiro de mel a impregnar todo o ar. Dos banhos de chuva. Do misto da feira do Crato parado na praça. Dos antigos e inesquecíveis bailes dançantes e da boa música. Dos velhos cabarés a meia-luz e suas raparigas enfeitadas a seduzir os machões.
Fico a imaginar como era fenomenal o romantismo das pessoas na tarde-noite a conversar entre si com suas cadeiras de balanço e preguiçosas postas nas calçadas em meio aos vizinhos, amigos e familiares. Quando não havia ainda o feitiço da mídia televisiva a nos sufocar de tantas ilusões e idiotices. Um verdadeiro atentado contra a inteligência dos que pensam e a capacidade que ainda resta para se indigninar.
Dos namorados bem-comportados nos jardins e nas salas de estar. Das novenas e das promessas feitas para o santo. Dos passeios de carroças e carro-de-bois. Dos engenhos de cana, do cheiro de mel a impregnar todo o ar. Dos banhos de chuva. Do misto da feira do Crato parado na praça. Dos antigos e inesquecíveis bailes dançantes e da boa música. Dos velhos cabarés a meia-luz e suas raparigas enfeitadas a seduzir os machões.
Da feira dos pássaros, das bodegas e das conversas no pé do balcão. Da sirene da usina sendo o relógio da cidade. Dos toques do sino na matriz. Da banda cabaçal, do reisado e dos forrós e sambas da vida. Das figuras populares mais excêntricas a passear por nossas ruas: de Broa - a louca, Pulia, Juvêncio, Zé Grude, Beija-flor, Coronel, e os bebedouros inveterados de cachaça...
Do escurinho do cinema, quando cinema havia.
Do escurinho do cinema, quando cinema havia.
Da copa do mundo acompanhada pela multidão reunida no clube através do velho rádio ABC de transístor na base da pilha. Da radiola e dos discos chegados em primeira mão. Da brilhantina, do corpete da menina. Das anáguas das viúvas novas. Do antigo desejo da primeira transa.
Das antigas matinês dos circos. Das tertúlias nas casas dos amigos. Do som do alto falante dos parques de diversão e dos recadinhos para a paquera. Da difusora no alto da torre, no poste da esquina e no centro da pracinha. Do carteiro trazendo a missiva com as notícias do litoral.
Do apito do trem chegando à estação repleta de pessoas apreensivas e vendedores ambulantes. Da reza e do hino nacional na escola antes de adentrar a sala de aula.
Dos antigos cafés onde os fuxicos eram democratizados. Das antigas festas do padroeiro e da sociedade do preto e branco e do paletó.
Dos velhos leilões no adro da matriz, dos sermões autoritários e reacionários do velho vigário.
Dos políticos se achando donos da vida e do mundo. Das fotos sensuais da revista Cruzeiro.
Dos artistas do povo se apresentando de graças no meio da feira-livre. Dos violeiros, dos vendedores de cordéis, do ceguinho sanfoneiro, do homem da mala com suas cobras benfazejas na propaganda para vender pomada.
Hoje fico a imaginar, como tudo isso pode ter passado quase num piscar de olhos.
O banho de rio, as antigas brincadeiras no meio da rua esburacada, do futebol no campinho da várzea. Das frutas roubadas no brejo próximo ou do fundo do quintal da nossa vizinha. Do medo das almas penadas. Das estórias de trancoso. Da primeira professora e da primeira namorada.
Tudo isso constitui um passado que nunca passa...
O que fizeram com as antigas profissões: o barbeiro, o chapeado, o alfaiate, a rezadeira, a parteira, o sapateiro, o flandeiro, a engomadeira com seu ferro de brasa, do ferreiro e até do carpinteiro dentre outros.
Fico a imaginar com saudade daqueles anos em que éramos felizes e não sabíamos.
Enfim, da paz que era viver na mais profunda harmonia com os homens e a natureza de Deus.
Das antigas matinês dos circos. Das tertúlias nas casas dos amigos. Do som do alto falante dos parques de diversão e dos recadinhos para a paquera. Da difusora no alto da torre, no poste da esquina e no centro da pracinha. Do carteiro trazendo a missiva com as notícias do litoral.
Do apito do trem chegando à estação repleta de pessoas apreensivas e vendedores ambulantes. Da reza e do hino nacional na escola antes de adentrar a sala de aula.
Dos antigos cafés onde os fuxicos eram democratizados. Das antigas festas do padroeiro e da sociedade do preto e branco e do paletó.
Dos velhos leilões no adro da matriz, dos sermões autoritários e reacionários do velho vigário.
Dos políticos se achando donos da vida e do mundo. Das fotos sensuais da revista Cruzeiro.
Dos artistas do povo se apresentando de graças no meio da feira-livre. Dos violeiros, dos vendedores de cordéis, do ceguinho sanfoneiro, do homem da mala com suas cobras benfazejas na propaganda para vender pomada.
Hoje fico a imaginar, como tudo isso pode ter passado quase num piscar de olhos.
O banho de rio, as antigas brincadeiras no meio da rua esburacada, do futebol no campinho da várzea. Das frutas roubadas no brejo próximo ou do fundo do quintal da nossa vizinha. Do medo das almas penadas. Das estórias de trancoso. Da primeira professora e da primeira namorada.
Tudo isso constitui um passado que nunca passa...
O que fizeram com as antigas profissões: o barbeiro, o chapeado, o alfaiate, a rezadeira, a parteira, o sapateiro, o flandeiro, a engomadeira com seu ferro de brasa, do ferreiro e até do carpinteiro dentre outros.
Fico a imaginar com saudade daqueles anos em que éramos felizes e não sabíamos.
Enfim, da paz que era viver na mais profunda harmonia com os homens e a natureza de Deus.
(*) Prof. José Cícero
Sec. de Cultura - Aurora/CE.
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