segunda-feira, 16 de junho de 2008

Baixa qualidade da água oferecida pela CAGECE em Aurora aquece o comércio de água mineral








Vendendo como água! Nunca esta expressão esteve tão forte na cabeça tanto quanto no bolso de quase todos os moradores da cidade de Aurora, região do Cariri a 463 km de Fortaleza. Tal assertiva se refere à absurda venda de água mineral que a cada dia só tem aumentado na cidade. Hoje, em todos os quadrantes da zona urbana onde quer que exista uma mercearia independente do seu tamanho, os tambores de água mineral é um artigo que tem presença garantida.
De uma hora para outra a venda do precioso líquido virou de vez aquilo que se convencionou chamar de “negócio da China”. O pior é que a Cagece não está nem aí para a situação, afirma a maioria dos consumidores. De modo que a população, sobretudo os mais carentes que já tinha dificuldades para pagar o consumo da água normal agora acrescida em 100% devida a cobrança da taxa de esgoto, têm dificuldades para pagar à cagece e ainda comprar água mineral para beber e de outras fonte para lavar roupa.
De coloração amarelada com a visível presença de partículas de argila e cheiro forte a água fornecida pela Cagece pode representar um risco para à saúde da população e por conta da turbidez não está servindo sequer para a lavagem de roupa. “Roupas brancas principalmente ficam amarelas”, dizem os moradores aurorenses. “Para beber também a água tem gosto de barro e cloro”, concluem.
Diante da péssima qualidade da água que atualmente vem sendo oferecida pela CAGECE à população de Aurora está sem saber a quem mais reclamar. Vários abaixo-assinados já foram feitos; além da realização de uma audiência pública na câmara de vereadores, debates na emissora local. Contudo, até o momento nada foi resolvido por parte das autoridades competentes. Enquanto isso, os consumidores são obrigados a pagar em dia as taxas de água e esgoto e, por outro lado, têm que comprar vários tonéis de água mineral o que sobrecarrega e compromete no final do mês a renda familiar da maioria da comunidade.
Nem nas épocas que a cidade de Aurora ainda era abastecida pelas águas do rio Salgado a situação chegou a este ponto crítico, explicam os consumidores. O mais triste é constatar que ninguém parece demonstrar preocupação para esta gritante e deprimente problemática que atinge a comunidade.
A deteriorização da água já começa no açude Cachoeira, manancial responsável pelo abastecimento da cidade. Dos poucos mais de 12 km que separam o açude da sede do município quase a metade do percurso é percorrido pela água a céu aberto por gravidade de um riacho. Tudo isso só piora ainda mais a qualidade da água. Está inclusa na longa pauta das reivindicações populares a construção do complemento da tubulação, além de melhorias na qualidade do produto e o rebaixamento dos valores atualmente cobrados majorado agora em 100% por conta da cobrança dos serviços de esgoto, o que não se coaduna com o poder aquisitivo da população.
Por José Cícero











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